Luís Veiga, um dos porta-vozes do Movimento de Empresários para a Subsistência do Interior classifica o ministro da Economia como “o coveiro da Beira Interior”. Um “rótulo” atribuído logo após o anúncio governamental que tem como finalidade a implementação de taxas na A23, A24 e A25.
Segundo Álvaro Santos Pereira, ministro da tutela, esta é uma medida irreversível e inevitável. Para o responsável pela pasta ministerial, o pagamento de taxas pela utilização destas vias acaba por servir para esbater os custos que o Estado tem com as concessionárias. Todavia, e pelas contas de Santos Pereira, em 2021, o encargo com as autoestradas do interior deverá ascender a 21 mil milhões de euros. Fatores que em nada demovem a intenção de empresários e movimentos de cidadãos desta zona do País.
Segundo os membros do movimento empresarial, a situação vai ser insustentável “a partir de agora”. Isto porque, Luís Veiga diz estar a ser cometido “um erro tremendo”, que levará ao encerramento de muitas empresas e ao aumento do custo de vida na região, associado a uma diminuição na qualidade. Este empresário ligado ao setor do turismo, confessa à Rádio Cova da Beira acreditar que o atual governo tenha chegado ao ponto “de verificar que cometeu um grave erro ao ter obrigado o Partido Socialista a introduzir as portagens nestas vias. Agora que são governo e que verificam que as receitas feitas nas portagens do Norte não são suficientes para pagar os contratos, esses sim, a prejudicar o Estado, estão a fazer com que os cidadãos sustentem estas empresas”.
No entender deste empresário, “com toda a certeza que o ministro não deverá ser bem recebido quando vier à nossa zona. Vê-se que não sabe o papel que desempenha, nem o que está a fazer. A implementação desta medida é algo que acaba por ser imposto, uma vez que ele não tinha argumentos, é apenas uma operação de branqueamento de passagem de dinheiro às concessionárias através de uma maneira pouco clara”.
Também a Comissão de Utentes diz que a medida resulta “numa enorme afronta àqueles que vivem e trabalham nos distritos de Viseu, Castelo Branco, Guarda e Vila Real. Uma afronta porque o Governo sabe que não existem vias alternativas àquelas autoestradas”. Daí que, a decisão implicará uma significativa redução da cobrança de impostos e aumentará a despesa no pagamento de apoios sociais, nomeadamente no que respeita ao subsídio de desemprego.