Fernando Martins, diretor de planeamento na Direção Regional de Agricultura do Centro foi um dos convidados do seminário intitulado “Os reflexos produtivos e económicos da fruticultura na Cova da beira”. Esta atividade, dinamizada pela Associação Distrital de Agricultores de Castelo Branco, acabou por se revelar um momento de balanço do setor.
Em declarações à Rádio Cova da Beira, este responsável distrital sublinha o período de maior atividade, na década de 80 do século passado, como o tempo de “maior expansão e expressão de espécies de frutos frescos na região, a partir daí tem havido uma diminuição muito significativa de algumas espécies como a macieira que reduziu para mais de metade a área de pomares, o mesmo aconteceu com os pessegueiros e as pereiras, a única espécie que teve um percurso inverso foi a cerejeira que teve um período de expansão mais tardio". As apostas neste setor têm vindo a ser feitas de forma descontinuada. Se até aos anos 70 do século passado, a fruticultura era algo residual no contexto económico da região, já na década de 80, o cenário era precisamente o contrário. Mas desde os finais do século XX que a aposta neste setor agrícola tem vindo a decrescer de forma acentuada.
Neste debate, Fernando Martins aponta várias causas para os dados tornados públicos. Segundo o diretor de planeamento na Direção Regional de Agricultura do Centro, “a estrutura da nossa propriedade, a maior parte dos nossos pomares são de dimensão muito reduzida e face à abertura dos mercados a um conjunto de novas regras de comercialização os proprietários não tiveram condições para continuar". Um cenário que ainda hoje se mantém e que tem vindo a ditar o decréscimo de produção. Com explorações de pequena dimensão, a produção acaba por não atingir os valores solicitados pelo mercado. Neste sentido, durante o debate foi mesmo descrito o caso de uma empresa estrangeira que tinha a intenção de se instalar na Cova da Beira, contudo, os quatro mil hectares de terreno que eram necessário para a produção de fruta nunca foram reunidos.