O projecto Wi-Go, desenvolvido por Luís de Matos, aluno de Engenharia Informática da UBI, está na semi-final do MIT Venture Contest. Um projecto que consiste num sistema robotizado que permite a um carrinho de supermercado especialmente desenvolvido, que siga uma cadeira de rodas, possibilitando que deficientes físicos possam fazer as suas compras sem dificuldades.
Segundo o aluno da UBI, neste momento todo o protótipo está terminado. “Esta versão já é muito semelhante ao produto final. Em termos estéticos não se vai alterar quase nada e digamos que só falta algum trabalho de ajuste e testes em ambiente real”, diz. Este trabalho foi já desenvolvido numa primeira fase e Luís de Matos diz que, “os primeiros testes desenvolvidos numa superfície comercial da Covilhã, no ambiente real desta investigação, deixou as pessoas bastante impressionadas, pela positiva. Os consumidores estão habituados aos carrinhos de compras convencionais, quando vêm um destes objectos a andar sozinho, ou a seguir uma pessoa que o esteja a utilizar param para ver, fazem questões sobre o projecto e até dão a sua opinião. Este carrinho tem um leque variado de utilizadores e não é apenas dedicado às pessoas com mobilidade reduzida”.
O Wi-Go tem por base a tecnologia do sensor KINECT, projecto da Microsoft, que permite a interacção entre jogadores e jogos electrónicos, sem que haja a necessidade de utilizar um controle/joystick. Assim, a tecnologia agora desenvolvida por Luís de Matos permite transportar objectos sem dificuldade, de forma confortável e segura e está programado para seguir as pessoas facilitando o seu dia-a-dia. Em termos gerais o Wi-Go permite o transporte de objectos sem dificuldade, podendo ser utilizado em supermercados, aeroportos em ambiente hospitalar na distribuição de medicamentos ou refeições.
As principais alterações da versão inicial para este produto passaram essencialmente por questões do design. O projecto arrancou como um protótipo de laboratório “tudo para testar e verificar que a tecnologia que estávamos a aplicar funcionaria”. Neste momento, “estamos numa outra fase, já sabemos que isso foi conseguido e agora passamos a uma melhoria, em termos de implementação, num produto real. Agora, já neste produto real estamos a testar a tecnologia que temos, relativamente às necessidades deste protótipo e observar o que necessitamos para o produto final, coisas como motores mais fortes para movimentar o carrinho, diferentes sensores e outros aspectos”.
Depois de uma primeira fase de questões sobre todo o conceito, o aluno de Informática confessa que “a motivação está agora em alta, pelo reconhecimento destes concursos, mas também de empreendedores e de pessoas que têm contacto com o projecto. Para além disso, há a certeza de que isto é uma coisa para se implementar, não é apenas uma investigação e depois fica na gaveta. É algo que vamos ver no mercado e ao que tudo indica vai mesmo ser comercializado”. Caso consiga passar desta fase de grupos, o projecto Wi-Go consegue imediatamente 100 mil euros. No dia 22, os resultados são divulgados e este pode tornar-se o segundo protótipo desenvolvido na UBI a chegar a esta fase num concurso desta natureza. Ainda assim, o autor do projecto esclarece que o Wi-Go é apresentado “pela equipa com menos estrutura de apoio, ainda somos só estudantes que vamos agora entrar no mercado, os outros 19 concorrentes já têm estruturas montadas. Mas penso que a ideia é muito boa e por isso pode vingar”.
A selecção dos projectos foi efectuada por um júri internacional, especializado nas quatro aplicações tecnológicas do concurso: Ciências da Vida, Sistemas de Energia Sustentável e Transportes, Tecnologia da Informação e da Web e Produtos de Consumo e Serviços. Esta última rubrica engloba projectos ou empresas destinadas a satisfazer uma ampla gama de necessidades dos consumidores e negócios, que vão desde materiais de engenharia, novas tecnologias de água, processos para aplicações high-tech do consumidor, e, onde se inclui o projecto de Luís de Matos, aluno de Engenharia Informática da UBI.