Apesar da redução de alunos no Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, a Universidade da Beira Interior continua a ser uma das que consegue melhores resultados logo na primeira fase de colocações. Os números divulgados no início da semana apontam para 1165 novos alunos na Covilhã. Dos 1295 lugares abertos inicialmente ficam por preencher 147 para a segunda fase.
João Queiroz, reitor da UBI, mostra-se bastante satisfeito com os resultados conseguidos pela academia nesta primeira fase de acesso. “Foi muito positivo até porque, no panorama nacional registou-se de decréscimo de alunos a concorrer, mas conseguimos manter uma boa percentagem de colocação e preenchimento das vagas e também uma boa procura. Tudo isto revela uma consolidação do projecto da Universidade da Beira Interior. Tivemos também uma aposta ganha que foi Química Medicinal onde todas as vagas foram preenchidas com uma média muito boa. Por outro lado, na área das Engenharias deveríamos ter uma maior procura, neste caso, em termos nacionais. Um dos aspectos mais significativos deste ano é precisamente o da falta de alunos em Engenharia. É uma pena que áreas como a Informática e a Electrotecnia, por exemplo, com possibilidades imediatas de emprego, os alunos não venham e não fiquem nestes cursos, até porque o País precisa de engenheiros”, diz o responsável máximo pela UBI.
No que diz respeito aos 29 cursos propostos pela instituição, Medicina volta a apresentar a nota de ingresso mais alta. Este ano, as 130 vagas oferecidas para este curso foram preenchidas na totalidade, com a nota do último aluno a ingressar a ser de 18 valores. Uma cifra que aumentou face ao ano anterior. Também nesta área está a formação em Ciências Farmacêuticas que preencheu na totalidade as 50 vagas propostas inicialmente com uma nota de ingresso de 17 valores. Este curso continua assim a apresentar a nota mais alta de ingresso em termos nacionais. As notas mais elevadas de acesso estão nesta área como é o caso de Ciências Biomédicas que preencheu as 50 vagas com uma nota de 16,4.
Uma novidade foi precisamente o curso de Química Medicinal. Esta formação que se estreia na academia beirã preencheu as 30 vagas com a nota do último aluno colocado a cifrar-se em 14,7 valores. Também Optometria - Ciências da Visão, completou os 45 lugares com a nota do último aluno a ingressar a ser de 12,5. No caso da Bioengenharia, a nota do último aluno que ingressou neste curso foi de 12 valores, completando também as 30 vagas disponibilizadas. Bioquímica viu os seus 35 lugares completos com uma nota final de 13,7 e Biotecnologia preencheu as 30 vagas com uma média final de 12,7.
No que diz respeito às Artes e Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Comunicação acaba por ter o melhor resultado com as 50 vagas a serem completamente preenchidas e o último candidato a ingressar a ter uma média de 13,9. Segue-se Cinema, que completou os 40 lugares com uma nota de 13,7. A mesma nota obteve Psicologia que também preencheu as 40 vagas. O último colocado em Ciência Política e Relações Internacionais apresentou uma nota de 13,4 para uma formação que completou as suas 35 vagas. Design de Moda preencheu as 40 vagas com 13,2. Gestão completou os 60 lugares com uma nota de 13. Ciências do Desporto também completou todas as suas 60 vagas com uma nota de 12,4. Seguindo-se Economia cujas 50 vagas ficaram completadas por um aluno com uma média de acesso de 12,3 valores. Design Multimédia também preencheu as 40 vagas abertas inicialmente com uma média de 12,1 valores. Já no que diz respeito a Design Industrial, as 30 vagas foram completadas e a nota de acesso cifrou-se em 11,7 valores. Estudos Portugueses e Espanhóis acabou por ter 29 alunos nas 35 vagas disponibilizadas. A nota do último colocado foi de 10,7 valores. No que diz respeito a cursos que não preencheram a totalidade dos lugares, segue-se Marketing que tem agora 15 novos alunos, para as 35 vagas inicialmente propostas. A nota de ingresso neste curso é de dez valores. Sociologia ficou com dois lugares vagos dos 40 inicialmente propostos. A nota de ingresso do último colocado foi de 9,7. Por último Filosofia, que funciona em regime pós-laboral e que preencheu apenas uma das 20 vagas inicialmente propostas, com a média de ingresso a ser de 9,7 valores. Para Queiroz, “a estratégia que temos utilizado nos últimos anos tem vindo a fortalecer e dar uma maior dimensão de excelência a algumas áreas, por várias formas, tem-se vindo a confirmar, como é o caso da Medicina, que subiu as médias, o caso de Ciências Farmacêuticas que teve a melhor média a nível nacional, enfim, toda a área da Saúde é uma aposta ganha da UBI, à qual se junta a área da Comunicação e temos depois nas Engenharias, o caso da Aeronáutica que é um nicho no ensino e continuamos a acarinhar”.
No que diz respeito às Engenharias, destaque para Aeronáutica onde as 40 vagas foram totalmente preenchidas e o último classificado apresenta uma média de 15,3 valores. Também Arquitectura preencheu as 65 vagas inicialmente propostas com uma média de 14,1 valores. Engenharia Electrotécnica e de Computadores tem oito novos estudantes num total de 20 vagas. A nota de ingresso a este curso foi de 12,4. Segue-se Engenharia Electromecânica que fica com dez lugares vagos, dos 40 propostos inicialmente. O último aluno a entrar neste curso tinha uma média de 11,8. Engenharia Informática preencheu apenas 17 dos 55 lugares inicialmente propostos, com uma média de ingresso de 11,4. Já Engenharia Civil completou 29 das 60 vagas com 11,1 de média de ingresso. Por último, Tecnologias e Sistemas de Informação, preencheu 21 das 30 vagas com 10,7 valores.
O reitor da academia frisa também a questão das engenharias, que considera como “um problema transversal porque o País necessita quadros superiores formados e os jovens acabam por não nos procurar nessas áreas não dando assim respostas às questões de Portugal. No futuro temos de manter estas áreas e especializar-nos em nichos de ensino de muita qualidade porque só assim garantimos que no futuro vamos continuar a ser uma universidade com um grande nível de competitividade e de qualidade”, refere.