A sétima edição do programa internacional de mestrado “Erasmus Mundus Master Course in Space Science and Technology – Space Master” conta, pela primeira vez, com um estudante luso. Tiago Rebelo, que terminou este ano a sua licenciatura na UBI está já a preparar as malas para rumar à Alemanha, onde no próximo mês de Outubro começam os trabalhos deste curso de dois anos.
O aluno da UBI é o primeiro estudante nacional a integrar esta formação que reúne os melhores estudantes de todo o mundo na área da Aeronáutica. Um objectivo conseguido graças ao trabalho desenvolvido no Centro de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (CAST) “e à orientação sobretudo da professora Anna Guerman”. O aluno da academia sublinha marcadamente o apoio e a orientação desta docente do Departamento de Engenharia Electromecânica.
O Erasmus Mundus é um curso de mestrado internacional com duplo diploma leccionado por um consórcio de universidades reconhecidas internacionalmente e entre as quais se destacam a Cranfield University, do Reino Unido; a Universidade de Toulouse, France; Julius-Maximilians University of Wuerzburg, Alemanha; Lulea University of Technology, Suécia; Universidade de Tóquio, Japão; Utah State University, Estados Unidos da América; Shanghai Jiao Tong University, da China, entre outras. Tiago Rebelo começará a desenvolver os seus estudos na Alemanha, mas vai passar por universidades de mais três países, ao longo do programa.
Depois de ter sido seleccionado entre mais de 350 candidaturas apresentadas só este ano, o aluno da academia beirã espera “tirar o maior proveito possível do desafio, isto é, numa primeira fase tentarei apreender conhecimentos novos, provenientes de grandes especialistas na área, para depois poder aplicar estes conhecimentos na consecução de uma tese de mestrado que possa merecer algum crédito. O programa possibilita que se escolha a universidade de acolhimento na qual se gostaria de fazer a tese, tendo em conta a área de estudos na qual a universidade se considera especialista, no meu caso, gostaria de poder fazê-la em Cranfield, pois esta instituição possibilita o aprofundar de conhecimentos na área da Dinâmica e Controlo de Sistemas Espaciais, área essa que me parece muito interessante e com grande potencial. No entanto, nesta altura ainda é cedo para adivinhar as linhas de investigação pelas quais enveredarei, a seu tempo terei oportunidade de descobrir qual a área que mais me fascina”.
Mas se as expectativas estão em alta para Tiago Rebelo, já os apoios parecem não estar ao mesmo nível. “Apesar de todo o esforço que empreguei na procura de bolsas e apoios que me permitissem aliviar o esforço financeiro que realizar um programa deste tipo implica, vi todas as portas serem fechadas, não tendo conseguido até ao momento nenhum tipo de ajuda, sobretudo da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) ou mesmo do seu Gabinete do Espaço”, confessa.
A participação no Erasmus Mundus, “sobretudo numa área de tão grande desenvolvimento científico e tecnológico”, cria também em Tiago Rebelo um conjunto de novas metas e esperanças para o futuro. A oportunidade agora conseguida “abre muitas portas, contudo é importante manter os pés na terra e perceber que a admissão no programa é apenas um pequeno passo, mais importante do que ter sido admitido é conseguir concluir o programa”, acrescenta. Para já, a maior ansiedade deste engenheiro formado na UBI passa por perceber “qual será o meu nível de conhecimento relativamente a todos os outros participantes, dado que as origens de cada estudante são muito distintas, a longo prazo logo terei a oportunidade de pensar que rumo quero seguir e que destino darei aos conhecimentos que adquirir durante o programa, no entanto para já o importante é aplicar o meu esforço na realização do mesmo”.