Com toda a certeza que Alpetriniense Teodósio Cerveira Alves de Sousa, fundador do Teatro Clube de Alpedrinha, nunca pensou na dimensão que o projecto que iniciou em 1839, iria tomar. Passados 118 anos, este grupo é o mais antigo do distrito de Castelo Branco e um dos mais representativos clube teatrais de Portugal.
“Com mais de um milhar de sócios, somos uma associação sem fins lucrativos que tem sabido, não só definir objectivos, traçar metas, como também ser um interlocutor válido no crescimento concelho do Fundão principalmente na frágil área da Cultura”, lembraram os responsáveis por este teatro durante o aniversário. Mais de um século de actividade, provas dadas no passado, este período serviu também para pensar o futuro. “Tentamos assim dinamizar a cultura no concelho e incentivar os jovens a serem activos e participativos. Esperamos continuar neste caminho, porque só assim teremos a garantia e a certeza de conseguir resultados”, acrescentam os membros da direcção.
O teatro de Alpedrinha continua a desenvolver trabalhos na sua sede, a “Casa da Ópera”, também conhecida por “Teatro do Calvário” por ser numa das casas da rua do Calvário. Do pequeno projecto local, pensado para promover a cultura na “Sintra da Beira”, conseguiu ganhar dimensão nacional. “No início os espectáculos eram gratuitos porque as despesas eram feitas pelos próprios actores. Estes eram um pequeno grupo de amadores dramáticos, composto por rapazes de Alpedrinha. Com o passar dos anos foram-se sucedendo vários grupos teatrais”, lembram os membros do teatro clube na sua página. De entre as várias facetas revolucionárias e inovadoras deste grupo, destaque para a proeza de terem apresentado em cena duas raparigas actrizes, logo no início das suas actividades.