O debate que contou com a participação de militares, de historiadores e de responsáveis associativos marcou o ponto algo das comemorações dos 50 anos da Guerra do Ultramar. Um evento que decorreu no passado dia 10 de Agosto, no Serra Shopping da Covilhã.
Esta foi apenas uma das várias iniciativas levadas a cabo pelo Núcleo da Covilhã, afecto à Liga dos Combatentes. A conferência colóquio contou com a participação de Rui Neves de Carvalho, que falou sobre o 50º aniversário do início da Guerra Colonial, António José Silva e Lima, que abordou a temática “Guerra Colonial – entre a recordação e o esquecimento” e também José Teixeira, antigo combatente, que apresentou um testemunho sobre “As marcas da guerra – o que nos faz voltar”.
Cerca de uma centena de antigos combatentes e também familiares marcaram presença neste evento. Para além deste colóquio, o núcleo da Covilhã promoveu uma exposição com fotos dos teatros de guerra, com fotos de Portugal no início e durante o conflito e também, com imagens do concelho da Covilhã numa época em que os jovens eram forçados a combater.
Este evento marcou, precisamente pelo seu carácter de memória, todos os participantes. Os antigos combatentes defendem a memória e preservação de um capítulo da pátria lusa. Para além disso, neste colóquio foram abordadas outras temáticas como as da memória colectiva e identidade. António Lima refere que “a Guerra Colonial e muito do que lhe está relacionado têm vindo a ser esquecidos”. A título de exemplo, o historiador diz que dos 70 monumentos em memória dos soldados mortos em combate “53 destes forma inaugurados só a partir do ano 200 e 40, só depois de 2005”. Números que para o historiador mostram “a tendência de esquecer um dos capítulos mais importantes de Portugal”.
O núcleo da Covilhã, que promoveu este evento, conta ainda com um conjunto de outros eventos ao longo deste ano. Recorde que em Março passado esta instituição assinalou 85 anos de actividade.