Jorge Miguel de Almeida Andrade é o autor da tese de doutoramento intitulada “Modelação do comportamento global de vigas sujeitas à torção – generalização da analogia da treliça espacial com ângulo variável”.
Um estudo que acabou por surgir no seguimento do trabalho “do professor Luís Bernardo que tinha já feito uma tese experimental em que ensaiou várias vigas de betão de secção vazada e estudou principalmente o problema da torção pura. Como estou numa linha de investigação conjunta, continuei a trabalhar nessa área e tentei chegar a um modelo teórico que descreva o comportamento da viga à torção, desde a sua fase inicial, para baixos carregamentos, até à sua resistência última”, começa por explicar o autor.
O tema da torção já começou a ser explorado há muitos anos, “simplesmente é um tema que tem vindo a ser relegado para segundo plano tanto que é possível analisar algumas regras e normativas europeias que não abarcam esta área”. Neste campo, o docente do Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura da UBI acrescenta que “muitas destas preocupações têm em atenção a fissuração, com base em disposições para a flexão ou esforço transverso, não propriamente para a torção”. Factor que leva a que não se encontrem muitos estudos académicos nesta área.
O autor de tese acrescenta que este estudo “representa uma modulação teórica do comportamento de uma estrutura, em que fiz várias simulações através de um algoritmo que modifiquei para poder aproximar a ensaios experimentais existentes. Havia curvas de ensaios experimentais existentes e com o modelo que alterei, tentei ter uma aproximação mais perto do ensaio”.
Este é um passo inicial para tentar resolver problemas mais complexos. Jorge Andrade recorda que “há estudos de aplicação de tensão e extensão para o aço e betão e portanto, perante os resultados que podem variar entre 21 relações ou mais, basta aplicar o modelo agora apresentado na tese e optar por três ou quatro situações que melhor descrevem o problema, isto é, evitar fazer ensaios a todas as relações”.
Neste como noutros trabalhos académicos, o docente engenheiro civil diz tentar sempre “fazer qualquer coisa que esteja ligada à prática, daí que tenha, durante este período de estudo, desenvolvido dois softwares, dois deles vocacionados para a investigação e outro mais desenvolvido para a prática, ainda sem ser um programa de dimensionamento, mas algo que funciona para, no processo de dimensionamento, o engenheiro poder utilizar para ajudar a calcular a deformação”.
O júri das provas foi composto por Luiz António Pereira de Oliveira, professor associado convidado da Universidade da Beira Interior, João António Saraiva Pires da Fonseca, professor associado da Universidade da Beira Interior, Sérgio Manuel Rodrigues Lopes, professor associado da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, António Abel Ribeiro Henriques, professor associado da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Paulo Eduardo Maia de Carvalho, professor associado da Universidade da Beira Interior, Ricardo Nuno Francisco do Carmo, professor adjunto do instituto Superior de Engenharia de Coimbra e Luis Filipe Almeida Bernardo, professor auxiliar da universidade da Beira Interior.