O ministro da Economia e do Emprego foi o destinatário da missiva assinada pelos deputados do Partido Comunista Português, na Assembleia da República. O documento questiona o responsável pelos transportes acerca do futuro da linha da Beira Baixa.
Esta força política quer saber “que destino pensa o Governo dar ao estudo que aponta para o encerramento de mais de 800 quilómetros de caminho-de-ferro que foi agora divulgado na comunicação social?” e “qual é a perspectiva do Governo quanto ao futuro do troço Covilhã-Guarda na Linha da Beira Baixa? Pretendem continuar os investimentos de modernização deste troço?”. Questões lançadas depois do executivo liderado pelo socialista José Sócrates ter anunciado a proposta à Troika “o encerramento definitivo do troço Covilhã-Guarda na linha da Beira Baixa, entre outras, como forma de reduzir a despesa pública”, explicam os membros do PCP. Para os signatários da missiva esta é uma postura que não faz sentido, até porque, “desde Fevereiro de 2009, que este troço se encontra provisoriamente encerrado para obras de modernização”. Daí que, “a concretizar-se esta medida, estaríamos em presença de um manifesto atentado contra o desenvolvimento do interior do País e de um agravamento das condições de vida das suas populações”.
No sentido de elucidar o titular da pasta, os deputados do PCP lembram que esta linha tem vindo a ser alvo de melhorias ao longo dos últimos anos, em cerca de 7,7 milhões de euros. Para além da electrificação desta, registaram-se melhorias em pontes e túneis. Daí que “o eventual encerramento definitivo do troço entre a Covilhã e a Guarda na Linha da Beira Baixa, representaria um novo contributo para o isolamento das diversas localidades e respectivas populações e penalizaria o desenvolvimento económico desta região. Esta medida significa ainda mais despedimentos na CP e na REFER e o subsequente aumento do desemprego”.
Recorde-se também que já vários autarcas da região mostraram o seu descontentamento e repúdio pela eventual possibilidade de encerramento do troço entre a Covilhã e a Guarda. Esta ligação assume-se de vital importância, não só para a circulação de pessoas e bens, mas também como forma alternativa da linha do Norte, com ligação a Espanha. Nesse sentido, os membros do PCP dizem que o que importa agora “é conhecer com a maior clareza e urgência”, a posição que o actual Governo defende para este assunto.