A medida governamental de introdução de portagens nas auto-estradas da região (A23, A24 e A25) tem, da direcção regional do PCP o “total repúdio”. Segundo esta força política, as estruturas de comunicação rodoviária foram construídas “e pagas com fundos europeus”. Daí que, a introdução de portagens nestas mesmas vias não é uma medida inevitável.
O PCP recorda, na mesma informação, que as auto estradas sem custos directos para o utilizador “foram construídas como medida de descriminação positiva para com as populações do interior, medida essa assente no facto destas populações disporem apenas de cerca de 60 por cento do poder de compra da média nacional”. Para além deste ponto, acresce o facto destas vias terem sido construídas sob os então existentes itinerários principais. Com a implementação de portagens, as populações do interior “deixam de ter ligações gratuitas e seguras até ao litoral”.
Neste sentido, os comunistas pedem para que se abram novos espaços de discussão sobre esta medida. Tem sido sentida a voz de habitantes, autarcas, empresários, comissões de utentes e demais movimentos que vai no sentido de “travar este roubo”, dizem os membros da comissão política comunista. Neste momento, “após o franco abandono da agricultura e o declínio do tecido industrial, estas vias contribuem para a economia local e regional, ao permitirem a circulação dos prestadores de serviços que são obrigados a percorrer maiores distâncias que nos grandes centros ou no litoral para manterem sustentável a sua actividade”. Este tipo de estradas é também um forte incentivo ao turismo regional.
Directa ou indirectamente, o pagamento de portagens nas auto estradas do interior, “fragilizará ainda mais uma economia que luta em desespero para se manter”, pelo que, os membros do PCP alertam para “a falência de dezenas de empresas e o desemprego de milhares de pessoas”. O alerta feito por esta força política vai agora dar entrada na Assembleia da República e noutras instâncias. No entender do PCP, as acessibilidades devem ser encaradas como um factor de desenvolvimento “e não instrumento de negócio, até porque sabemos que só aumentam a factura do Estado para com as concessionárias, que mantém a sua parceria dourada independentemente do fluxo de tráfego”, acrescentam.