Depois de ter conseguido o apoio financeira para a implementação do Projecto “Zedp”, Luís Cipriano espera agora ter ajuda da Fundação EDP para a abertura de mais uma associação. A escola que funcionará nos mesmos moldes da Associação Cultural da Beira Interior (ACBI) deve ser instalada na zona de Alfandega da Fé ou Mogadouro.
Segundo Luís Cipriano, a ideia era abrir a academia na região de Castelo Branco, mas a primeira hipótese, Vila Velha de Rodão, acabou por ser excluída, “uma vez que existem ali poucas crianças e não se justifica um investimento de 180 mil euros, ou perto disso”. Havia também a possibilidade da mesma estrutura se instalar em Castelo Branco, “mas isso podia cheirar a conflito e acabámos por desistir. Pensámos depois em Alcains e aí teria de existir novamente um protocolo com a Câmara de Castelo Branco e depois de algumas experiências com o presidente Joaquim Morão já percebi que naquela cidade, em termos de cultura, é melhor não mexer muito, deixar correr tudo calmamente, sem grande touradas, e pronto, são opções”.
Perante este cenário, o responsável pelo Coro Misto da Beira Interior, acabou por abandonar a ideia de instalar mais uma estrutura na zona. Cipriano revela-se agora crítico com a posição de alguns autarcas e garante mesmo que “o futuro da ACBI e de outras entidades que lhe estejam associadas, passa por trabalhar mais com empresas, escolas e esquecer as autarquias”. O projecto que funcionará nos mesmos moldes da Associação Cultural da Beira Interior necessita apenas de instalações. Cipriano acrescenta que a única ajuda que pedem às entidades autárquicas “são instalações, não exigimos dinheiro, transportes ou subsídios, apenas instalações onde possamos dar as nossas aulas”. A região Norte acabou por ser uma solução, “uma vez que temos já protocolo com a associação de desenvolvimento rural, Douro Superior, e existe algum trabalho já feito naquela região que poderá ajudar ainda mais à instalação da nova estrutura”.
O maestro garante que este alargamento não traduz um abandono à região ou à “cidade neve”, zona “onde já tudo falta”. Em relação às políticas tomadas, em termos culturais, Cipriano vai mais longe e considera que “a Covilhã está com um atraso cultural de mais de 15 anos, do ponto de vista cultural, esta cidade é quase um parque jurássico”. Este música lembra que há pessoas a tentarem “continuar aqui”, como o GICC e mais duas ou três instituições, “mas isso não adianta”. Para dar razão às suas críticas, o responsável para ACBI aponta o exemplo das infra-estruturas. Cipriano interroga-se sobre o que a Covilhã tem nesta matéria, “um teatro comprado por não sei quantos milhões que vai precisar de outros tantos para obras e nunca mais vai estar pronto. Há que dizer que aqui não se pode fazer uma ópera, não há um teatro com fosso, não há uma boa sala para um concerto, na Covilhã há apenas uma coisa muito original, nesta matéria, uma rua chamada “Centro de Artes”, mas sem centro de artes nenhum. Deve ser a única cidade no mundo com uma coisa destas”.