Foi com um torneio de futsal que se assinalou o arranque dos trabalhos da Academia de Arbitragem da Beira Interior. Vários jogos colocaram frente-a-frente os intervenientes desta primeira edição. Treinadores, Comunicação Social, Árbitros e UBI foram as equipas envolvidas neste evento que juntou cerca de uma centena de participantes.
Os trabalhos iniciais centraram-se também num conjunto de debates sobre a formação dos membros ligados ao desporto. Daí a organização destacar a presença de árbitros de futsal, árbitros de futebol, observadores, dirigentes, autarcas, treinadores, comunicação social, funcionários da UBI, entre outros. No colóquio intitulado “Arbitragem do Futsal vista por todos” acabou por se notar um amplo debate sobre as questões relacionadas com os juízes das partidas, com os atletas e demais intervenientes. Membros ligados ao mundo desportivo que vieram, para além do distrito de Castelo Branco, também da Guarda, Portalegre e Santarém.
Romeu Afonso, um dos responsáveis por este projecto, apresentou a academia, os seus princípios e objectivos. “A formação inicial e contínua dos árbitros e demais agentes da modalidade é o ponto base”, explica. “Trabalho diário, semanal ou quinzenal juntamente com eventos desta dimensão, espalhados pelos distritos de Castelo Branco e Guarda serão uma realidade”, garante aquele responsável. Nesse sentido, a UBI mostrou já inteira disponibilidade para apoiar este tipo de iniciativas. João Leitão, administrador da academia e um dos moderadores do debate, referiu a importância deste tipo de acções e a relação que a UBI tem tido com o Futsal e demais áreas desportivas.
Paulo Rosa, vereador com o pelouro do Desporto na Câmara da Covilhã, e ex-presidente de um clube de Futsal, foi o primeiro orador do evento. Rosa apresentou a sua visão enquanto autarca, do desporto e da arbitragem, relembrando os seus tempos de dirigente e a relação que tinha com os árbitros. Joel Rocha, treinador de Futsal, aproveitou a sua intervenção para mostrar as semelhanças que existem entre os árbitros e treinadores descrevendo uma série de pontos em comum, dando ênfase “aos valores humanos de ambos”. Paulo Salgueiro, observador de 1.ª categoria nacional e coordenador de formação de um Núcleo de Árbitros, acabou por abordar de uma forma mais especializada a importância da formação dos árbitros e da existência deste tipo de academias. Para Salgueiro é essencial “um trabalho contínuo, físico e teórico no desenvolvimento dos juízes da partida”. Sofia Ferreira, jogadora da Selecção Nacional de Futsal Feminino interveio também neste debate aberto para dar a sua visão do que se julga necessário à promoção da igualdade de género nesta modalidade. A atleta apresentou também a relação dos jogadores com os árbitros. Abordou a questão do erro e da sua importância num jogo, dizendo que “os árbitros não são penalizados pelo erro, facto que foi rebatido por muitos dos presentes que lembraram as classificações que são reflexo desses mesmos erros”. O jornalista Miguel Malaca, que encerrou o quadro dos oradores, falou da evolução da modalidade Futsal, assim como da sua arbitragem e da dificuldade que muitas vezes tem em julgar o trabalho dos árbitros.
Romeu Afonso, um dos organizadores do evento, mostrou-se surpreendido “por tamanha adesão”. “A presença de muitos dos amigos do Futsal, de muitos árbitros de Futebol e daqueles que de longe se deslocaram acaba por enaltecer o evento, ficando também a promessa de já estarem a ser preparadas outras iniciativas (por exemplo um estágio de pré-época)”, acrescentou.