Nos próximos dias seis escolas da Beira Interior vão receber mais de 60 instrumentos musicais de percussão. A Fundação EDP aprovou o projecto concebido pela Associação Cultural da Beira Interior e vai assim patrocinar a aquisição de material, aulas de música e identificação de jovens talentos.
O maestro Luís Cipriano começa por explicar que este é um trabalho que tem vindo já a ser feito por várias escolas da região. Nos últimos meses foram ouvidas 580 crianças “das quais seleccionamos 109”. Tortosendo, Covilhã, Teixoso, Paul, Fundão e Silvares são as localidades onde se vão instalar instrumentos musicais e onde as aulas decorrem. As escolas destas localidades ganham assim instrumentos “que mais nenhuma escola portuguesa tem”.
O projecto, denominado “Zedp” tem como objectivo primordial detectar valores musicais, “essa é a base da associação no seu trabalho, o inserir socialmente através da música é outro objectivo que contempla ainda a orientação profissional”. Ao longo do ano lectivo, as crianças destas escolas, integram este tipo de projecto “para além de terem aulas de música, vão também ser acompanhadas com o sentido de terem um maior apoio no aproveitamento das suas capacidades e o objectivo final passa pela sua integração nas nossas actividades”. Nesta primeira fase, a Fundação EDP garante apoio financeiro até Dezembro, “mas com toda a certeza que este projecto irá prolongar-se”. As 109 crianças que vão fazer parte da fase inicial do “Zedp” têm origem em 27 freguesias da Beira Interior. Esta distribuição “acaba por espelhar bem a dimensão do projecto e a sua intenção de levar a todos o conhecimento musical”. No final deste primeiro momento seis destas crianças vão integrar o Coro Infantil da Beira Interior, de forma gratuita e quatro o grupo de percussão.
“Queremos detectar valores musicais e permitir que no futuro sejam colaboradores da associação”, acrescenta Cipriano. As crianças, a partir dos dez anos, que tenham capacidades musicais e assiduidade escolar vão estar no projecto. Para além disso “todos vão ter de mostrar capacidade de trabalho, pontualidade e participação nas actividades extra. Tudo isto para termos sempre de apresentar resultados. Sem resultados não existe reconhecimento do trabalho”, diz Luís Cipriano. Para além da identificação e apoio a crianças com capacidades musicais, “esta é também uma maneira de equipar as escolas com instrumentos e todos os alunos desses estabelecimentos beneficiarem deste material”.
Os primeiros resultados devem ser apresentados em breve, até porque, “a Fundação EDP vai acompanhar de perto o desenvolvimento do trabalho”. A maneira de funcionamento da associação “é também aquela que é pedida pela Fundação EDP. Vamos ter auditorias regulares com o intuito de analisar o trabalho que está a ser desenvolvido. Esta foi uma condição que há muito vinha pedindo ao ministério da Cultura, mas que acabou por nunca se concretizar”, sublinha o maestro. Para já, vão ser distribuídos mais de 60 xilofones e seis pianos, um em cada escola. Aulas de música e acompanhamento dos alunos são metas a curto prazo que Luís Cipriano quer alargar “até a um apoio em termos de ensino superior e integração profissional na nossa associação”, afirma.