Raquel Ochoa veio à Covilhã falar do seu trabalho, e particularmente promover a sua mais recente obra, “A Casa-Comboio”, que lhe valeu o prémio literário revelação Agustina Bessa-Luís, em 2009.
Depois de um momento musical proporcionado pelos alunos da EPABI (Escola Profissional de Artes da Covilhã), o escritor covilhanense Manuel da Silva Ramos procedeu à apresentação da romancista, tendo-se referido à mesma como “a grande revelação da literatura portuguesa”.
A repórter de viagens, licenciada em Direito, já viajou pela América do Sul, tendo encontrado na Índia um dos seus destinos de sonho. O seu novo romance, “A Casa-Comboio”, fala-nos dos Carcomo, uma família indo-portuguesa originária de Damão, ao longo de quatro gerações. Os seus dramas e aventuras são relatados na altura em que parte da Índia ainda era território português. Raquel Ochoa, embaixadora do Ano Nacional da Juventude em 2011, contou que, apesar de não se imaginar a escrever sem ter feito as suas viagens: “viajar é perder pessoas”.
Em relação à literatura portuguesa, a autora de 31 anos acredita que “temos o maior número de génios por metro quadrado”, indicando Eça de Queiroz, Aquilino Ribeiro e Alexandre Herculano como algumas das suas referências. “As pessoas escrevem quando têm mesmo de escrever, mas eu só escrevo como escrevo por ter vivido o que relato” explica a romancista, acrescentando que não dissocia “a escrita das vivências”.
Depois da tertúlia, a plateia pode expor as suas questões à repórter, tendo esta depois autografado os livros dos interessados. No final, Raquel Ochoa admitiu que “a noite foi um entusiasmo constante porque a plateia estava atenta e interessada”, e mostrou até vontade de regressar à Cidade Neve. Para além de “A Casa-Comboio”, a escritora já publicou duas obras no ano de 2008, "O Vento dos Outros" e "Bana - Uma vida a cantar Cabo Verde".