O Labcom, em parceria com o projecto Agenda do Cidadão, e a Faculdade de Artes e Letras da UBI, organizaram a conferência internacional “Esfera Pública Reconsiderada”, que teve lugar na UBI, no anfiteatro da parada e na sala dos conselhos. A iniciativa tinha como objectivo “promover a reflexão sobre o conceito de esfera pública e os seus desenvolvimentos contemporâneos”.
A esfera pública, tema amplamente trabalhado por Habermas, consiste na dimensão onde os assuntos públicos são discutidos pelos actores públicos e privados, desaguando na opinião pública. Como tal, o jornalismo, a publicidade e as TIC estão ligados a este conceito. Mostrar como, porquê, desde e até quando, foi a função dos oradores que participaram nas conferências, havendo então uma “esfera pública reconsiderada”. Estiveram presentes estudiosos de vários países como Bélgica, Dinamarca, Brasil, Reino Unido, EUA ,Itália e África do Sul.
Jernej Prodnik, professor na Universidade de Ljubljana, falou acerca de uma “esfera pública sem público”, num contexto de capitalismo e na pós-modernidade. Segundo o esloveno, “não pode haver uma esfera pública sem o público”, e existe uma “multiplicidade de públicos, esferas públicas, contra-públicos e contra-esferas públicas”.
Samuel Mateus, da Universidade Nova de Lisboa, discursou sobre uma abordagem antropológica acerca da publicidade, referindo que “é difícil imaginar uma sociedade humana sem publicidade.” Como havia vários temas a debater, com diversos participantes, as sessões realizavam-se paralelamente, no anfiteatro da parada e na sala dos conselhos.
Célia Avelino, aluna do 3º ano de Ciências da Comunicação, confessou achar o tema apelativo e inovador, lamentando o facto de “as conferências se terem realizado numa 5ª e 6ª-feira, pois é altura de muitos alunos irem embora”, alertando ainda que “este tipo de conferência devia ser mais interactivo”. As exposições fomentaram o debate sobre os temas em questão, havendo até tradução em tempo real das comunicações de alguns oradores.
Para se ser orador nestas conferências, era necessário possuir o grau de mestre e/ou ser doutorando numa área de estudos ligada à Comunicação. Para participar, os interessados deveriam enviar as suas propostas de trabalho, que depois de aceites, seriam apresentadas na conferência e publicadas no Labcom, como e-book.