Está terminada uma empreitada que teve início em 1997. Foi no Anfiteatro das Sessões Solenes da UBI que Elisa Pinheiro, directora do Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior, descreveu as linhas mestras de um projecto colectivo, apoiado pela academia e pela região, que vem dirigindo ao longo dos últimos anos.
O Núcleo da Real Fábrica Veiga, parte integrante de um dos melhores museus nacionais, está agora completamente instalado. Desde os primeiros tempos, em que se abriu ao público o núcleo museológico presente no Pólo I da UBI, que Elisa Pinheiro imaginava a Real Fábrica Veiga como mais um elemento desta estrutura museológica composta por diversos núcleos abertos à população e em relação directa com os públicos.
Numa data em que se assinala o Dia Internacional dos Museus, a UBI avança com um investimento nas pistas deixadas pelo passado. A principal novidade está nos novos espaços de apresentação desta estrutura. O espaço com mais de seis mil metros quadrados de área alberga diversas peças museológicas que permitem identificar sobretudo a fase de industrialização e mecanização da indústria da lã. O vasto espólio atribuído ao museu está agora catalogado e disponibilizado à população e pode ser consultado a qualquer data.
João Queiroz, reitor da UBI, classifica este núcleo como “mais uma singular e valiosa estrutura museológica, cultural, histórica e patrimonial” que a academia disponibiliza à comunidade. Para além da ciência, da formação e da investigação, academia tem como um dos seus objectivos, a estreita ligação à comunidade. Com o Centro de Interpretação dos Lanifícios, este núcleo apresenta-se como mais uma estrutura “à disposição de toda a comunidade”.
Elisa Calado Pinheiro, directora do museu, lembra que o desafio de criar este espaço museológico começou em 1997. A responsável por esta estrutura lembra que o museu “cruzou transversalmente toda a história da UBI, mostrando a história da região”. O núcleo museológico instalado na Real Fábrica Veiga e aberto, com todo o seu espólio, à população a partir de agora resulta de um investimento global de um milhão e 824 mil euros. Verba que serviu para recuperar um dos mais emblemáticos edifícios fabris da Covilhã e dotar a estrutura de um novo objectivo. Actualmente, neste espaço de paredes graníticas, seis mil metros quadrados de área guardam mais de dez mil peças arqueológicas. Artefactos que representam períodos marcantes dos séculos XIX e XX e da industrialização do sector dos lanifícios na região. Mais de 90 por cento destes bens foram doados por cidadãos “que reconhecem importância ao trabalho desenvolvido pelo museu e por todos os seus colaboradores”, lembra Elisa Pinheiro.
A partir desta data, a responsável pela estrutura espera que o núcleo e os seus conteúdos sirvam de ponto de partida para diversos trabalhos relacionados com a região e com o sector dos lanifícios. Para ter uma maior visibilidade “só faltam melhores acessos, queira assim a Câmara da Covilhã apoiar nesse objectivo”, lembrou a directora do museu.