Às 15 horas do dia 30 de Abril foi dado o “pontapé de saída” do festival, com uma breve cerimónia de abertura, na qual Joaquim Lourenço, vereador da Câmara Municipal de Gouveia, deu as boas vindas ao público, animando desde logo os presentes ao assegurar que, apesar das dificuldades financeiras, a décima edição do Gouveia Art Rock “é para ser realizada”.
Pouco depois, os Aranis foram o primeiro grupo a subir ao palco. Já repetente neste festival (participaram na edição de 2008), o conjunto belga, que se conta entre a mais recente geração de bandas progressivas daquele país, mostrou em Gouveia algumas das suas composições, que reúnem flauta, contrabaixo, acordeão, piano, violino e guitarra, e que se caracterizam por um cariz neo-clássico, de escrita dinâmica, complexa e bem orquestrada. Ainda durante a tarde, passaram pelo palco do Gouveia Art Rock os projectos vanguardistas da compositora suíço-canadiana Shirley Hofmann, e dos finlandeses Alamaailman Vasarat. A primeira fez ouvir no festival gouveense a sua música multi-instrumentalista e de síntese criativa e muito particular do rock vanguardista, do jazz, da música clássica e do folclore da Europa Central. Os segundos trouxeram de terras nórdicas um tipo de música com influências étnicas das mais variadas proveniências, desde a escandinava à latino-americana, passando pela árabe, judaica, africana e centro europeia, misturada com jazz, música clássica e rock, daí resultando instrumentais dinâmicos e contagiosos, e outros mais brandos e melancólicos.
O primeiro dia do Gouveia Art Rock 2011 prosseguiu à noite com a actuação de BASta!, da Bélgica, um projecto a solo de Joris Vanvinckenroye, contrabaixista dos Aranis, que prima pela criatividade e pela exploração livre e magistral do contrabaixo, resultando em peças instrumentais pequenas e variadas, e onde é notória alguma afinidade com a sonoridade dos Aranis. Para encerrar este primeiro dia de GAR, estava reservado um dos nomes grandes do cartaz: os ingleses Caravan. Formada em 1968 em Canterbury, a banda de Pye Hastings constitui o grupo mais representativo da “escola” de progressivo que tomou o nome daquela cidade, a “Canterbury Scene”, produzindo um tipo de música que faz uma síntese original entre o jazz europeu e o psicadelismo dos anos 60, à qual se junta uma invenção melódica muito própria.
Gouveia Art Rock - Um festival de dimensão mundial numa pequena cidade do Interior
Gouveia Art Rock - Segundo dia
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