A anfitriã desta aula aberta foi Maria João Simões, professora de Sociologia e investigadora na área. Ivo Domingues, professor da Universidade do Minho, investigador do CICS (Cento de Investigação em Ciências Sociais), consultor em instituições de solidariedade social e empresário, foi um dos convidado.
“Legitimidade e sustentabilidade das organizações do sector social, tensões, contradições e paradoxos daí resultantes” foi o tema abordado por Ivo Domingues. Ana Camilo, mestre em Empreendedorismo e Serviço Social formada na UBI, apresentou resumidamente a sua tese Cidadanias esquecidas - o caso de pessoas com deficiência. Ser mãe de uma criança portadora de deficiência foi “uma força motriz que não interferiu no rigor da dissertação. Abordar esta temática exigiu-me ao logo de todo o processo um esforço de respeito pela objectividade inquietante”, confidenciou.
Questões como a preferência por uma escola inclusiva ou de ensino especial foram colocadas. “Eu como mãe, e sabendo como as coisas funcionam na prática, diria que é preferível o ensino especial”, disse Ana Camilo. Apesar das melhorias verificadas, as limitações para as pessoas portadoras de deficiência continuam a ser muitas, “nomeadamente o direito ao voto para pessoas invisuais, às quais não são facultados boletins de voto em braille”, acrescentou a mestre. Nos censos de 2001 foram contabilizadas cerca de 640 mil pessoas portadoras de algum tipo de deficiência, ou seja, parte significativa da população portuguesa. Nos censos realizados recentemente, a questão da deficiência já não se coloca.
Esta aula aberta pretendeu “estimular e incentivar o debate científico, dar a conhecer aos estudantes de mestrado teses de qualidade que já foram apresentadas e incentivar os alunos do segundo ciclo a prosseguir para o terceiro”, afirmou Maria João Simões. No final da sessão alguns dos presentes colocaram questões que consideraram importantes ou que lhes suscitaram curiosidade.