A sessão foi aberta ao som do clarinete e Manuel da Silva Ramos, escritor covilhanense, moderou as hostes e falou dos três livros do escritor.
Os Retornados que vai já na 17ª edição, é o romance de estreia do escritor. Gira em torno de uma história de amor entre Joana e Carlos Jorge passada naquela que foi considerada a maior ponte aérea em Portugal. Segundo o jornalista, “os retornados imprimiram a Portugal uma dinâmica económica que se tornou decisiva na integração europeia, mas que jamais foi reconhecida”.
Um Amor em Tempos de Guerra, é o seu segundo romance, também ele passado no palco colonial e conta a história de António e Amélia que se separam quando ele é chamado para a guerra. Em Angola António encontra um novo amor e em Portugal é dado como morto. Regressa mais tarde a Santa Comba Dão para cumprir a promessa que fizera anos antes, a de casar com Amélia.
Longe do meu coração, a sua última obra, retrata a emigração para França nos anos 60 e fala da história de Joaquim e Françoise que protagonizaram o primeiro casamento entre um português e uma francesa.
Todos editados pela Esfera dos Livros, e com uma enorme tiragem, “os livros são quase documentos etnográficos que tocaram o coração dos leitores”, afirma Manuel da Silva Ramos. “O sucesso dos livros ultrapassou-me completamente”, confessa Júlio Magalhães. De Os Retornados foram já vendidos 80 000 exemplares, e os outros dois romances “seguem a mesma linha de sucesso”. O autor diz ainda que os seus livros se reportam a quatro ou cinco pessoas e que se expandem a milhares delas no nosso País.
 Julio Magalhães diz-se apenas um jornalista que cumpre a função de contar histórias, deixando de lado as pretensões a escritor. Descreve-se como um “tipo porreiro”, com muitos amigos, que dá primazia ao carácter das pessoas e nem tanto ao bom profissionalismo. Falou ainda da sua experiência televisiva e de como é honroso aquele espaço de diálogo com Marcelo Rebelo de Sousa ao domingo à noite. Depois do jornalista da TVI, outros autores se seguirão. Entre os nomes mencionados estão o de Afonso Cruz, Raquel Ochoa e Maria Teresa Horta.