O debate em torno da questão do desenvolvimento regional reuniu 11 universidades ibéricas. Da Covilhã a Madrid, de Coimbra a Barcelona, muitos foram os pontos de referência de investigadores que estão associados aos trabalhos da APDR.
No décimo seminário desta organização, a radiografia dos projectos que promovem o crescimento das regiões transfronteiras foi feita através de apresentações de vários estudos e de um conjunto de teorias que têm vindo a ser construídas por académicos. O Edifício das Engenharias acabou por ser local de reunião de um vasto conjunto de representantes regionais, onde se incluem autarcas, empresários, representantes de organizações, entre outros. Das várias palestras apresentadas ao longo do dia, os responsáveis apontam para a necessidade de uma política regional de desenvolvimento, como conclusão geral.
A ideia ganha forma nos muitos projectos que se têm vindo a implementar no terreno, mas que teimam em ter como limite, o espaço geográfico municipal. Ou elementos mais amplos que não são coordenados devidamente com estruturas semelhantes instaladas a poucos quilómetros. A dar exemplo disso mesmo esteve a apresentação de Rosário Macário, da Universidade Técnica de Lisboa, que veio à UBI falar de “Plataformas Logísticas Transfronteiriças: Cooperação Ibérica como Factor de Desenvolvimento Regional”. Segundo a investigadora, não basta construir um espaço de apoio às empresas para que um determinado território se mostre atractivo para os empresários. Os responsáveis pela autarca do Fundão, também presentes neste evento, concordaram com a docente. Paulo Fernandes lembra que existem situações de empresários que têm uma plataforma logística na Guarda “mas acabam por vir instalar-se no Fundão, por outras razões como solo industrial mais barato ou acessibilidades”.
Nesse sentido, Jesús Mur, da Universidade de Zaragoza, que falou emigração e desemprego, refere que o empreendedorismo e os postos de trabalho “não se criam por decretos lei”. Apenas uma visão estratégica concertada “para um vasto espaço territorial” fará com que toda a zona transfronteiriça consiga encontrar formas de crescimento.
Neste seminário onde estiveram presentes 11 universidades, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), “a UBI efectivou assim, mais uma vez, uma das suas principais obrigações, a da difusão de conhecimentos e discussão de opiniões”, sublinhou João Lanzinha, vice-presidente da Faculdade de Engenharias.