A Comissão Nacional da UNESCO e o Centro UNESCO Educação para Todos reconheceram recentemente o interesse pedagógico do espectáculo “Gota a Gota”. Esta criação da Quarta Parede, que estreou em Outubro de 2010, tem como objectivo central o alerta para os gastos excessivos de água. Rui Sena, responsável por esta associação de artes perfomativas, sublinha a importância desta indicação. A ideia de apresentar a mensagem da peça a um público mais vasto começou nas primeiras apresentações deste teatro visual. A Quarta Parede contactou o Instituto da Água, sedeado em Roterdão, mas não obteve qualquer tipo de resposta. A proposta de classificar a peça como uma actividade de interesse pedagógico acabou por surgir num contacto posterior com a UNESCO, avança Sena.
“Gota a Gota” é um espectáculo de teatro visual/multimédia, dirigido a maiores de seis anos que aborda a problemática do desperdício da água. Para além disso mostra este recurso natural em toda a dimensão, mesmo nos seus mais imperceptíveis movimentos – líquido, sólido, gasoso, num espectáculo dirigido ao público em geral que usa a linguagem do teatro visual, do cinema de animação e da sonoplastia. Esta criação de Rui Sena e Sílvia Ferreira mostra o ciclo da água e a sua ligação à vida do planeta, estabelece uma harmonia entre a natureza e o ser humano, harmonia esta que foi deturpada pela progressiva mecanização do ciclo da água. O responsável pela Quarta Parede explica que “Gota a Gota” parte da água “no seu sentido mais lato pretendendo chegar ao que representa a água actualmente”.
Com este reconhecimento, o trabalho da associação vai agora ser divulgado pelos centros da UNESCO espalhados por todo o mundo. Uma temática que vem também dar relevo “a todo o trabalho que é feito por estas estruturas que, mesmo distanciadas dos centros de decisão conseguem ver o seu trabalho reconhecido”, reitera Sena.
“Gota a Gota” é uma peça com criação e direcção de Rui Sena e Sílvia Ferreira, que conta com a interpretação de Maria Belo Costa e Sílvia Ferreira, o vídeo é assinado por Rodolfo Pimenta e Joana Torgal, enquanto que os adereços e cartaz são da responsabilidade de Joana Marques e Octávio Mourão, a operação técnica de luz e vídeo é da responsabilidade de Paulo Santos, enquanto que a tradução de textos é de Cristina Ribeiro e a produção executiva de Celina Gonçalves.