São muitos os olhos postos no ar, são muitos os que seguem os voos dos pequenos aviões que descolam da pista de terra batida do Aeródromo da Covilhã. A segunda edição das Jornadas de Aeromodelismo têm como ponto alto do seu programa de actividades, a demonstração de algumas aeronaves desenvolvidas por alunos da UBI. Os mesmos que agora pilotam os pequenos aviões rádio comandados e que mostram algumas soluções desenvolvidas por alunos.
Para Luís Cândido, responsável pelo núcleo de alunos e também pela organização deste evento, o balanço é “deveras positivo”. No entender do estudante de Aeronáutica, “esta é uma jornada onde os alunos podem colocar na prática os seus conhecimentos teóricos”. Nas palavras de Luís Cândido pode entender-se que “o aeromodelismo é uma forma de grande importância para perceber toda esta ciência”. O desafio que tem sido lançado aos estudantes deste curso é precisamente o de desenvolverem projectos nesta área.
Esta é uma matéria muito solicitada pelos membros do núcleo de estudantes. Cândido frisa que, “o evento, para além de um espaço de convívio e de algumas provas, é também um importante momento de formação para os alunos da UBI. Cerca de 90 por cento do que aprendemos nas aulas teóricas é aqui colocado na prática”. Nesse sentido, o destaque vai para alguns pequenos aviões pilotados por alunos de aeronáutica, que ao mesmo tempo são também os responsáveis pela construção e desenvolvimento destes aparelhos, onde aplicam diferentes soluções para o mesmo objectivo e vão retirando algumas experiências. “Diversas aeronaves foram concebidas integralmente por estudantes da academia e outras acabaram por ser compradas em peças e montadas e melhoradas por esses mesmos alunos”, acrescenta o membro da organização.
O aeromodelismo acaba por ser uma disciplina bastante importante em todo o curso. Para além de ser uma boa forma de colocar em prática os conhecimentos adquiridos, “de fazer novas experiências e ganhar conhecimentos em diversas matérias constitui uma nova área de afirmação profissional”. Recordar que ao longo deste dia foram abordados diversos temas, entre os participantes e sobretudo alunos da UBI, que se prendem com as aeronaves não tripuladas (UAV). Modelos de aeronaves bastante semelhantes às que são utilizadas no aeromodelismo e nas quais os conhecimentos e experiência aqui conseguidos podem ser empregues para desenvolvimentos de novos projectos. Segundo o aluno de Aeronáutica, “há uma grande área a crescer nesta temática. A indústria dos aviões não pilotados está a crescer bastante e pode ser uma das apostas dos futuros licenciados”, explica. A este facto acresce também a experiência adquirida pelos alunos, quer nas soluções desenvolvidas para os problemas das aeronaves, quer em termos de pilotagem.
Esta edição que juntou também aeromodelistas vindos de todo o País serviu já para testar algumas aeronaves “totalmente concebidas por estudantes da universidade”. “Este ano foi tudo melhor. Tivemos muito mais público, mais aeronaves e a organização foi mais concentrada”, completa o responsável pelo núcleo de estudantes. O mesmo que refere ainda o bom feedback que teve dos participantes, “sobretudo no que diz respeito ao local do evento”. Uma vasta área de terreno, onde os operadores conseguem ter um espaço mais amplo de voo para os pequenos aparelhos. A isto se junta o hangar do Aeroclube da Covilhã, que serve também de base de apoio a toda a estrutura inerente à organização. Um evento cujo sucesso leva já os responsáveis a ambicionar a presença da Federação Nacional de Aeromodelismo, para tornar esta actividade mais divulgada e com a participação de mais aeromodelistas. Este objectivo é o principal desafio que a organização coloca para a próxima edição.