Peniche foi o local escolhido pela organização do ENECC para reunir os alunos de Ciências da Comunicação, num evento cujo objectivo era promover o convívio entre jovens e profissionais da área, a diversão e interacção entre membros de diversas academias nacionais. A organização ficou a cargo de oito estudantes de Ciências da Comunicação do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), da Universidade Técnica de Lisboa.
Participaram no ENECC sete faculdades, nomeadamente da Universidade do Porto, Nova de Lisboa, Minho, Beira Interior, Lusófona, ISMAI, e ISCSP, apesar de o convite se ter estendido a todos os estabelecimentos de ensino superior que leccionam o curso de Ciências da Comunicação. O único pré-requisito para a inscrição no evento era ser (ou ter sido) aluno de Ciências da Comunicação.
No primeiro dia, os estudantes montaram as suas tendas no Peniche Praia Camping, e à noite contaram com karaoke, onde se fomentou o convívio entre todos.
Dinâmica nos festivais e perspectivas na Comunicação
As conferências tiveram lugar no segundo dia, sendo a primeira ligada à dinâmica nos festivais e a segunda às perspectivas das Ciências da Comunicação.
Sérgio Noronha, produtor de música, falou acerca do surgimento dos Festivais de Verão em Portugal, explicando que “havia uma paixão comum pela música na zona da Zambujeira”, o que terá levado a organizar o festival do Sudoeste. Quanto às diferenças encontradas entre os primeiros festivais e os actuais, Sérgio Noronha considera que agora “há mais respeito pelos fãs; antigamente nem se limpavam os recintos diariamente”.
Maria Inês Fonseca, jornalista, elaborou uma tese acerca da relação entre marcas e festivais e concluiu que “a música é o menos importante para quem vai aos festivais”, acrescentando que “as marcas e os festivais são uma nova forma de integração social”.
Na segunda conferência falou-se acerca do futuro para quem trabalha ou vai trabalhar na área da Comunicação, tendo sido aconselhado aos jovens “enviar muitos currículos, amarelos até, para chamar a atenção a quem os recebe”.
Segunda edição na calha
A ideia de fazer um ENECC surgiu através o ENEE (Encontro Nacional de Estudantes de Enfermagem), que levou Joana Soares, aluna do 3º ano de Ciências da Comunicação do ISCSP e membro da organização do ENECC a delinear um projecto que apresentou ao núcleo da sua faculdade em Outubro de 2010.
No final, a empreendedora conta que “o objectivo foi cumprido: tivemos sete faculdades representadas e o intercâmbio foi notório não só na parte da descontracção e festa, mas também nas conferências, que terminaram com os presentes a trocar informações sobre o que faziam, as suas aspirações, oportunidades de que tinham conhecimento e até troca de contactos”. Joana Soares adianta ainda que “qualquer pessoa que gosta de comunicação gosta do ambiente e do conceito”.
Inês Rato, aluna do 2º ano do mestrado em Jornalismo na UBI, revelou ter apreciado “bastante” ter feito parte do evento e salienta que “é importante este tipo de dinâmica e iniciativa por parte dos estudantes. Não foi perfeito, mas para primeiro era impossível o encontro ter corrido melhor”.
Através de feedback deixado na página do facebook do ENECC e da atitude dos participantes é fácil perceber que o balanço foi muito positivo, apesar de se terem levantado obstáculos como “pessoas que nos confirmavam apoios e depois desistiam, pessoas que não confiavam nas nossas capacidades e descredibilizavam o nosso trabalho e pessoas que tinham receio de se envolver”, descreve Joana Soares.
Atendendo ao sucesso da primeira, a próxima edição do ENECC já está prevista e promete trazer consigo “novidades e ideias para melhorar”.