Promover a recuperação do património cultural da região é o mote do acordo feito entre a UBI, a Direcção Regional de Cultura e 23 municípios de toda a região. Desde a Beira Interior Norte, passando pela Cova da Beira, Pinhal Interior e Beira Interior Sul, há todo um território que vai agora estar abrangido pelas acções dos vários organismos que integram o projecto.
O Museu dos Lanifícios foi o palco escolhido para a cerimónia de assinatura do acordo que prevê a identificação e catalogação de todo o património edificado nos 23 concelhos que quiseram integrar esta parceria. Segundo a Direcção Regional de Cultura (DRC), as próximas actividades passam também pela reabilitação dessa mesmo património, através de um conjunto de acções promovidas pela UBI e pelos municípios. Este novo desafio, coordenado pela delegação de Castelo Branco da DRC conta com os conhecimentos científicos e com os recursos humanos especializados que a UBI tem nas suas várias faculdades. Promover um acompanhamento especializado, formular soluções e pareceres e integrar as equipas de trabalhos que vão proceder ao levantamento e recuperação patrimonial dos locais assinalados são algumas das actividades que estão destinadas à academia. Para além do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido por diversos docentes e técnicos da UBI, a instituição foi também preterida neste projecto, segundo a DRC, “devido à sua capacidade singular de reunir tão vasto consenso regional e também pelas opções que tem vindo a tomar na recuperação de património histórico da cidade fabril da Covilhã”.
João Queiroz, reitor da UBI, aproveitou a temática introduzida pelo director da DRC, para falar da actuação da UBI no domínio do património. Segundo o responsável máximo da academia, “a UBI tem crescido associada à tradição industrial da Covilhã, por isso tem procurado preservar e manter vivas as suas memórias. A instalação das nossas faculdades nos antigos edifícios das fábricas tem permitido transformar estas áreas em museus”. No entender do reitor, “para que o património desta região continue a ser preservado é necessário o apoio de várias entidades, é precisamente isso que começamos agora. Trata-se de promover um plano estratégico para o património da Beira Interior. A partir de hoje, a UBI e todos os organismos que integram este projecto, poderá assumir uma posição ainda mais activa na identificação e salvaguarda do património classificado ou em vias de classificação”. Em paralelo com este apoio científico e material, a academia irá também fomentar teses de mestrado e doutoramento no âmbito do trabalho destas áreas. Realizar seminários e acções na área do património e apoiar as câmaras na realização do inventário do seu património concelhio.
António Pedro Pita, director da DRC foi outra das vozes a comentar este acordo. Para este responsável, a actividade que começa agora “vai trazer para a actualidade um conjunto de práticas que, do nosso ponto de vista, vão ser fundamentais na intervenção e recuperação patrimonial. Até ao próximo dia 20 de Maio “vamos debater políticas patrimoniais e museológicas, já numa tentativa de resposta de arrumação do nosso património. É todo um trabalho que visa a troca de ideias e soluções, o debate para a preservação do nosso território, mas também uma qualificação dos cidadãos”, acrescenta António Pita, para quem, “qualificar o património é qualificar singularidades”.
No passado sábado, 2 de Abril, data da assinatura do protocolo entre as várias entidades, o museu foi também local de um colóquio denominado “Preservar Para Fruir”. Um evento que serviu para vincar a importância do património classificado como algo indissociável do seu suporte físico e territorial, “fazendo parte da memória, imagem e identidade de um determinado local, sendo este um recurso importante na afirmação e auto estima das populações”, acrescentam membros da DRC. Ao longo do dia foram sendo apontadas formas de criar novas dinâmicas que permitam uma mais ligação do património ao território, mas também dar visibilidade a outros elementos dispersos.