A maior vila do concelho da Covilhã vai poder contar, em breve, com um mapa sinalizador das barreiras arquitectónicas. Documentação que resulta do trabalho de duas antigas alunas de Sociologia da Universidade da Beira Interior, que integram agora a equipa do “Tortosendo Inclusivo”.
Este projecto, financiado em cerca de 179 mil euros por fundos comunitários, decorre ao longo de dois anos e tem por base quatro vertentes de acção. “Detectar o que está mal ao nível do património edificado, da via pública, os sistemas de comunicação e informação e da rede de transportes públicos que serve a vila”, explica Sara Ferrão, uma das técnicas desta actividade. Ao longo da iniciativa, vão ser feitas diversas consultas à população, sobretudo aos mais idosos e às pessoas com mobilidade reduzida, mas também, a diversas entidades e organismos representativos da vila. Um trabalho que começou a ser feito a partir da passada sexta-feira, 1 de Abril, data de início do programa.
Com uma equipa de duas técnicas, a junta espera também conseguir dinamizar um observatório online onde podem ser manifestadas opiniões e sugestões para a elaboração desta carta identificadora das condições físicas à mobilidade. Tendo em vista “a elaboração de plantas correctivas, ou de um plano de melhoramento de todo o tipo de acessibilidades à vila”, reitera Sara Ferrão.
As sessões públicas que vão ter lugar em breve, servem também, “para tornar a junta de freguesia numa entidade com escuta activa”. Mário Raposo, membro daquele órgão autárquico explica que “uma das queixas mais frequentes por parte da população diz respeito à mobilidade. Acabamos por estudar o problema e verificar que existia uma linha no POPH que já tinha sido utilizada noutros locais para esta problemática. Houve a submissão da candidatura a estes fundos e hoje estamos aqui a dar esse primeiro passo e a abertura oficial. Estamos a trabalhar agora no terreno. Diagnosticar tudo e elaborar soluções para uma segunda fase que poderá levar a implementar estas questões no terreno”. Este representante esclarece que, para já, não se trata de “fazer obra”, mas sim, de estudar as condicionantes do território. Numa fase posterior, a candidatura a fundos comunitários e a submissão de mais projectos, “esses sim, já mais focados para a realização de acções correctivas no terreno”, é algo que não está posto de parte, esclarece.