Estreou na passada quinta-feira, dia 24 Março, a criação da Quarta Parede “Subterrâneos de Alice”. Dirigida a um público com mais de 12 anos, a peça “mostra um pouco o processo criativo”, explica a directora, Sílvia Ferreira. Um dos objectivos deste espectáculo, em primeiro lugar, era “abrir esse processo”, e depois “explorar a multiplicidade de mundos que a leitura de um texto nos proporciona, individualmente, quando lemos qualquer coisa”, refere Sílvia Ferreira.
Toda a peça levava as pessoas através de uma viagem ao imaginário de “As aventuras de Alice no País das Maravilhas”, proporcionando aos espectadores “várias ideias sobre a encenação”, explica Sílvia Ferreira.
Este Subterrâneos de Alice “não é apenas um espectáculo representativo, mas sim uma mistura entre o imaginário e o real, feito através de palavras, imagens e objectos”. Questionada sobre como surgiu a ideia de criar uma peça com esta dimensão, a directora refere que “nasceu de uma vontade de trabalhar o texto de Alice, vontade essa que já vinha amadurecendo há três anos”.
Quanto ao título, Subterrâneos de Alice, Sílvia diz que “remete para uma visão de toda a história” e também “porque o autor da obra começou por escolher como título inicial «Alice debaixo de terra”. Sílvia diz ainda que “houve uma grande vontade de colocar toda a obra de Lewis Carrol para fora do livro, tendo assim que fazer uma análise exaustiva e inventários de elementos da obra”.
No dia em que “Subterrâneos de Alice” estreou não houve muita afluência de espectadores, facto que Sílvia Ferreira considera dever-se “a que o público ainda não esteja motivado para aceitar novos desafios”. O grupo de teatro Quarta Parede conta já com novos projectos, nomeadamente festivais e ateliês. Para já, a peça criada por esta companhia vai estar patente ao público até dia dois de Abril, no auditório do Teatro das Beiras.