Com toda a certeza que os olhos da indústria automóvel vão estar sobre o Circuito de Lausitz, na Alemanha, no final do próximo mês de Maio. Trata-se de mais uma edição da Shell Eco-Marathon. Estudantes e professores de toda a Europa reúnem-se com o objectivo de colocar em prova os veículos desenvolvidos nas várias escolas e que apresentam soluções revolucionárias no que respeita aos consumos de combustível.
O UBIan11 vai este ano defender as cores da instituição. Fernando Santos e Paulo Fael, docentes do Departamento de Engenharia Electromecânica, orientam os seis alunos que dão vida a todo o projecto. Deste grupo de estudantes, quatro estão a aproveitar este desafio para realizar experiências com vista à realização de teses de mestrado. A equipa da instituição, a competir com o nome de “UBICar” vai este ano apresentar-se mais reforçada em solo germânico. Fernando Santos começa por sublinhar que para a prova de 2011 “não se partiu de um esboço e de um carro completamente novo”. Os orientadores do projecto optaram por resgatar a estrutura do protótipo que participou no ano passado, e “incorporar mais alguma ciência ao projecto”. O carro número 527 que irá correr entre os dias 26 e 28 de Maio em Lausitz apresenta avanços em diversos domínios. Todo o chassis continua a ser feito em fibra de carbono que agora também se estende a outras peças do veículo. “O que estamos a tentar fazer este ano é procurar dar um passo em frente, ou seja, desenvolver mais trabalho em termos científicos. Não temos a pretensão de revolucionar nada, mas o que se está a fazer é mais sustentado cientificamente”, acrescenta o docente.
Paul Fael partilha do entusiasmo do colega. Para este docente do Departamento de Engenharia Electromecânica, o veículo deste ano conta com optimizações ao nível da admissão de combustível, dos materiais, do seu desempenho em pista, entre outros pontos. Mas o grande objectivo, para por “conseguir desenvolver um modelo definitivo, em termos de carroçaria e ir fazendo as melhorias ao longo das provas”. A reutilização da estrutura do ano passado leva já “a um conhecimento pleno das potencialidades deste protótipo, dos seus processos de fabrico e optimização”, atestam. Este ano a equipa de cerca de dez pessoas estará na Alemanha alguns dias antes das provas oficiais “o que vai permitir ter mais tempo o carro em pista e em teste”, diz Fernando Santos. A juntar a este facto, a realização da prova no final do mês de Maio “o que nos permite contar com condições climatéricas mais favoráveis”.
Os docentes da UBI esperam conseguir bons resultados e sonham já com novos desafios como o desenvolvimento de um protótipo híbrido alimentado a gasolina e energia eléctrica. Projectos que têm vindo a ser desenvolvidos paulatinamente na Covilhã e que apresentam um problema em comum, “a falta de uma pista ou um espaço apropriado para testes”, confessam os docentes. Há mais de uma década que a academia integra o leque de equipas portuguesas que participam neste evento. O envolvimento dos alunos tem sido sempre muito forte e este ano acabam por ter uma recompensa académica, uma vez que estão inseridos num mestrado do qual este projecto faz parte.