A cultura trance serviu de mote a Rafaela Lourenço para desenhar um total de 12 peças de roupa que viriam a participar no evento promovido pela EasyJet. Actualmente a frequentar o primeiro ano do curso de Design de Moda, na Universidade da Beira Interior, esta aluna teve formação na Escola de Moda de Lisboa, uma instituição de ensino profissional. Foi precisamente aí que tomou conhecimento do desafio lançado pela companhia low cost que passava por desenvolver um conjunto de peças de moda a serem apresentadas num voo entre Lisboa e Milão.
Passadas as primeiras ideias para o papel e posteriormente para os tecidos, o trabalho de Rafaela Lourenço acabou por ser um dos três escolhidos para estar presente no evento. “Para além da originalidade estes tinham de reunir um conjunto de características, como não serem muito compridos ou muito largos, entre outros aspectos”, lembra. “Desenvolvemos uma colecção de 12 trabalhos, mas acabámos por criar apenas cinco e no avião passámos dois modelos cada”, explica.
Há cerca de duas semanas, enquanto tinham início os primeiros desfiles da ModaLisboa, a aluna da UBI mostrava o seu trabalho “nas alturas”. Uma experiência “inesquecível e que serve sobretudo de reconhecimento e de grande marca no currículo”, começa por explicar a jovem. O gosto pela moda começou ainda na época do ensino básico e foi aumentando a ponto de escolher uma escola profissional da área. Depois de uma primeira formação de três anos, “as minhas professoras recomendaram-me a UBI, caso estivesse interessada na carreira como estilista”. Na Covilhã já descobriu algum potencial ao curso e vai agora tentando aprender mais sobre diversas áreas, apesar de considerar que este "deveria contemplar disciplinas como corte, modelagem e confecção logo no primeiro ano”.
A participação no desfile promovido pela EasyJet é vista como um importante marco curricular. Mostrar as suas criações neste tipo de eventos é agora também um desafio da aluna de primeiro ano. Ao jornal Sol, Borja Lozano, director de marketing da EasyJet para a Península Ibérica, também falava do mesmo objectivo. Segundo este, a companhia aérea “quis dar visibilidade a três jovens estilistas que ainda não têm lugar nos principais eventos de moda nacionais e, desta forma, apoiar futuros valores”.
Os trabalhos coloridos de Rafaela, os primeiros a abrir o desfile no voo 2716, foram desenvolvidos em pele e contaram com o apoio de dois patrocinadores. A aluna do Cartaxo espera conseguir manter a criatividade e ousadia suficientes para continuar “a voar bem alto”.