A 25 de Março de 2008, o presidente social-democrata, que lidera a autarquia serrana, anuncia a instalação de uma empresa de serviços no mercado municipal. A criação de 300 empregos, número avançado naquela altura, só seria possível com da quase totalidade da estrutura, pelo que a câmara tinha já programada a construção de um novo mercado “junto ao cemitério, com cerca de 250 lugares de estacionamento e todas as condições necessárias”, avança Pinto. Mas parece agora que a ideia “morreu” por ali mesmo. À contestação dos partidos da oposição, aos debates promovidos pelos que não defendiam a mudança do mercado, os sociais-democratas avançavam com projectos novos, com as condições impostas pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e com a necessidade de mais espaço para a “Teleperformance”.
Mas se parece ter havido uma mão cheia de soluções, agora há outra de “coisa nenhuma”, até porque, Carlos Pinto anunciou que o mercado “vai continuar onde está”. A novidade ou falta dela foi transmitida na última Assembleia Municipal da Covilhã. Para o social-democrata, o projecto do novo mercado destinou-se a “um debate público” sobre o assunto, e dessa espécie de consulta popular, - onde não foi avançada qualquer explicação para os planos avançados pela própria autarquia e votados em alguns organismos camarários -, “ resultaram perguntas não respondidas”. Daí que, acrescenta o social-democrata, “acabámos também por verificar que há um grupo etário, na generalidade dos consumidores que recorrem a estes mercados, são pessoas com uma certa tradição cultural, com gosto de comprar aquilo que vem directamente da horta e fizemos também uma análise daquilo que tem sido feito pelo País, no que diz respeito à deslocalização destas estrutura, que não conduziram a nada de especial. Depois de tudo isto e havendo já convicção formada ao fim deste tempo todo, que é para isso que a discussão pública serve, é para nós tomarmos boas decisões, fizemos um último apanhado e concluímos que é possível manter o mercado onde está”.
Um anúncio que parece ter caído bem na oposição. Depois de ouvirem o presidente da autarquia apresentar o projecto de recuperação de um espaço contíguo ao mercado, onde irá também funcionar a Teleperformance, os deputados não contestaram o “arquivamento” dos planos do autarca, na assembleia. O Partido Socialista acabou por enviar à Comunicação Social, uma nota assinada por Nélson Silva, líder da bancada socialista, já depois da reunião magna dos deputados, onde se pode ler que se perderam “12 meses, podendo actualmente a Teleperformance estar instalada num novo espaço (com maior número de colaboradores), e mais uma vez, o erário municipal acabar penalizado com (provavelmente) alguns milhares de euros – elaboração de um segundo projecto de arquitectura”.
Para continuar no mesmo local, o mercado vai ser alvo de algumas intervenções “que passam por deslocalizar a peixaria para dentro do mercado, criar ali uma florista, uma tabacaria, e outros serviços”. “Vamos também substituir as bancadas que já estão obsoletas e que colocam alguns problemas à própria ASAE e abrir o estacionamento nos lugares do silo-auto reservados à câmara, para os vendedores”, explica o edil. Quanto à empresa que está instalada no terceiro piso do Mercado Municipal, “vamos recuperar um prédio próximo do mercado municipal, e passará aí a funcionar também mais um espaço”, acrescenta Pinto.