Os parques eólicos começam já a povoar algumas serras portuguesas. Sistemas de produção de energia eléctrica que fazem de Portugal um dos países que mais tem apostado neste tipo de soluções para conseguir energias limpas e renováveis. Aos parques eólicos juntam-se também os parques solares, estes mais difundidos pelos pequenos produtores.
Sistemas que, ainda assim, apresentam alguns problemas comuns como o da incerteza e da gestão de risco. Minimizar esse tipo de dificuldade é o principal objectivo de uma investigação que começa agora a ser desenvolvida no Departamento de Engenharia Electromecânica da UBI. João Catalão é o docente responsável pelo projecto de “Optimização da Exploração e das Ofertas em Mercado para Sistemas Electroprodutores considerando a Diversidade de Fontes Energéticas, Incerteza e Gestão do Risco”, uma iniciativa apoiada com fundos destinados aos projectos de investigação científica e desenvolvimento tecnológico (ICDT), da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Este é o primeiro projecto, na área da Engenharia Electrotécnica - Energia Eléctrica, proposto pela UBI, a ter financiamento atribuído para o seu desenvolvimento.
João Catalão começa por explicar a importância desta investigação. O docente e investigador na área das energias exemplifica com “um sistema híbrido em que um parque de produção de energia reúna sistemas eólicos, solares e hídricos”. A produção de energia deste tipo de estruturas “está dependente de factores como o vento ou o sol”. Caso não exista vento “não há produção de energia através do sistema eólico, a qual deverá ser assegurada pelos restantes métodos, mas que também apresentam algumas incertezas”. O que a equipa multidisciplinar de investigadores se propõe a resolver com esta investigação é precisamente “encontrar uma forma de conseguir optimizar todos estes sistemas e prever a sua capacidade de gerar energia”. Pontos cruciais no momento de venda de energia. “Se um proprietário deste tipo de sistemas garantir no mercado a produção de determinados níveis de energia, tem de ter a certeza que os seus recursos vão conseguir produzir essa mesma energia”, acrescenta o docente.
Este projecto que tem a duração de três anos é pioneiro nesta área, “uma vez que tenta dar resposta ao que é conhecido por incerteza e gestão do risco”. Para tal, os investigadores vão produzir ferramentas informáticas que apresentem análises, previsões e sistemas de gestão para este tipo de recursos energéticos. João Catalão reitera o carácter pioneiro desta área onde ainda não existem estudos e recursos assinaláveis e por isso mesmo, este tipo de actividade “ganha uma maior relevância”, explica.