Foi sob o mote “A Situação Económica e Social do País e da Região, Perspectivas de Futuro e o papel da Sedes” que decorreu a primeira conferência do núcleo regional desta associação cívica. O pavilhão do Nercab, em Castelo Branco, serviu de palco para o evento inaugural do grupo da Beira Baixa.
Luís Campos e Cunha, antigo ministro das Finanças e actual presidente desta associação, veio até à cidade albicastrense falar do estado actual da nação. Para além desta intervenção inaugural, destaque ainda para as palavras de Próspero dos Santos e Pedro Magalhães, ligados à criação deste núcleo, que apontaram alguns elementos sobre o Interior.
A Sedes é uma das mais antigas associações cívicas portuguesas e a sua criação remonta a 1970. Esta entidade congrega entre os seus associados, pessoas de diversos quadrantes como o ensino, a cultura, o turismo, a política, etc. Promover o debate no seio da opinião pública e apontar algumas soluções para os problemas do País são objectivos que se destacam na acção dos seus membros. Castelo Branco recebe agora um núcleo regional que irá promover actividades em toda a região.
O antigo ministro veio até à cidade albicastrense para apresentar esta estrutura e falar na conferência debate. Para o antigo ministro de Sócrates, “o Estado, nos últimos oito anos, foi uma ‘Dona Branca’”. A manutenção do País graças a dividendos estrangeiros conduziu Portugal a uma grave crise financeira. Ao ponto de, diz Campos e Cunha “nenhum “engenheiro” conseguir prever o que vai acontecer no final deste desastre”. Para o antigo responsável pela pasta das Finanças, a actual crise colocou à prova os vários países “um largo conjunto falhou, como é o caso de Portugal, Grécia, Espanha e Irlanda”.
No entender do presidente da Sedes, torna-se imperioso “uma reforma no sistema político”. Apenas uma profunda mudança do actual sistema, com a entrada de mais ideias, de mais movimentos, “com a participação activa de estruturas como a Sedes”, podem, em seu entender, “conduzir a uma solução viável para Portugal”.
O debate que abriu a actividade deste núcleo regional contou também com um retrato sobre a Beira Baixa. Uma região que, segundo Próspero dos Santos “perde vitalidade de dia para dia”. O médico que exerce no Hospital Amato Lusitano há mais de duas décadas começou por recordar “uma Beira Baixa com forte implantação industrial e agrícola”. Cenário “completamente diferente do que se regista na actualidade”. Para os membros do núcleo regional da Sedes, a actuação deste tipo de associações cívicas é fundamental. “Tentar criar uma visão completa da região é o objectivo primordial”, diz o clínico, referindo-se ao espaço geográfico dividido por 11 concelhos e três regiões de turismo.