As novas tecnologias estão em todo o lado. Os têxteis assumem-se, nesta matéria, como um campo de grande expansão. Prova disso mesmo é o prémio agora atribuído a uma equipa de alunos do Curso de Empreendedorismo de Base Tecnológica (CEBT 2010).
Esta actividade que envolve a Universidade de Coimbra e a Universidade de Aveiro forma equipas de empreendedores que apresentam projectos de negócio inovadores.
No caso da UBI, o primeiro lugar acabou por ser atribuído ao “B&V – BioMedical Device Vest”. Trata-se de uma t-shirt inteligente que integra sensores têxteis para monitorização e registo digital de sinais cardiovasculares (ECG), incluindo batimento cardíaco. Esta t-shirt permite que pacientes com doenças cardiovasculares possam confortavelmente estar em sua casa com os seus familiares, enquanto os hospitais, clínicas e respectivos utentes, beneficiem de uma significativa redução de custos.
Isabel Trindade, investigadora da unidade de I&D Materiais Têxteis e Papeleiros e uma das pessoas que integraram a equipa vencedora explica que “a ideia inicial foi apresentada numa sessão em Coimbra, voltada para a tecnologia. Depois acabámos por optar pela exploração desta ideia, a de uma t-shirt tecnologicamente evoluída”.
Apesar do conceito não ser novo, desde o início dos anos 90 que têm surgido protótipos em todo o mundo, “a nossa peça utiliza sensores e cablagem em têxteis. Até aqui, o mais usual era a utilização dos tradicionais sensores. Esta nova peça vai acabar por reunir uma solução completamente diferente”, acrescenta.
Em termos de tratamento de sinal, a t-shirt tem os sensores, os cabos e uma unidade de transmissão. “Há todo um trabalho que estamos a fazer para identificar fios e tecidos condutores. Estamos a construir, com base nesses materiais, cabos e sensores que sejam o mais robustos possíveis e que permitam um bom condicionamento de sinal”, sublinha a investigadora.
Segundo Isabel Trindade, “o trabalho anterior, realizado já aqui na unidade de Materiais Têxteis e Papeleiros, passou por ser o desbravar caminhos, produzir conceitos e protótipos e colocar a funcionar estes. A operação que se segue é a de aprofundar toda esta tecnologia, melhorá-la e torná-la viável”. Depois deste prémio, a ideia deverá agora passar a um produto comercializável, daí que o objectivo dos próximos tempos seja o de “conseguir uma peça de roupa o mais normal possível, mas que reúna capacidades tecnológicas”.