A última reunião de pais serviu para decidir algumas formas de luta contra as mais recentes medidas tomadas pela tutela. O financiamento às escolas de ensino particular e cooperativo vai ser reduzido e toda a rede escolar sofrerá alterações.
É contra estes pontos que estão as associações de pais, onde se inclui a do Externato Nossa Senhora dos Remédios. Nos próximos dias 27 e 28 de Janeiro, as aulas são suspensas naquela instituição, numa iniciativa que decorrerá por toda a rede de escolas particulares, a nível nacional. A decisão tomada em unanimidade vai servir essencialmente “para mostrar que os encarregados de educação devem poder fazer as suas escolhas”. Para Paulo Carvalho, um dos representantes dos encarregados de educação de alunos que frequentam o Colégio do Tortosendo, “o que está em causa não é apenas uma questão financeira”. Segundo este encarregado de educação, “o que acontecia até aqui eram contratos com o ministério”. Com o actual decreto-lei, isso fica revogado. “Existe toda uma nova filosofia de funcionamento destas escolas, nomeadamente na alteração da rede escolar, que pode um ano contar com uma escola particular a funcionar e no ano seguinte optar pela suspensão do ciclo de ensino, o que levará à colocação do aluno num outro estabelecimento”, acrescenta Paulo Carvalho.
Para o representante dos pais “Portugal não um regime ditatorial e por isso mesmo os encarregados de educação devem poder escolher as escolas onde querem os seus filhos”. Já no dia 26 será realizada uma acção de sensibilização junto do Ministério da Educação, em Lisboa. Cerca de quatro dezenas de urnas serão colocadas às portas do ministério, “como forma de assinalar o enterro do particular e cooperativo”.
Os cortes de cerca de 30 por cento no financiamento escolar acabam por afectar sobretudo, docentes e colaboradores destas escolas. Paulo Carvalho mostrar-se também solidário com a luta destes profissionais, mas ainda assim, “o que mais nos preocupa é, de facto, a manutenção ou não dos ciclos de ensino”.