Talvez Telmo Martins consiga despertar a atenção do ICA, quando apresentar o seu projecto de filme em três dimensões. O antigo aluno da UBI, que conta já no currículo com a realização de várias curtas-metragens e a longa-metragem “Funeral à Chuva”, não tem sido contemplado com fundos que apoiem as suas realizações.
Mesmo sem apoios estatais, Martins tem avançado com alguns projectos cinematográficos, reconhecidos em solo nacional e no estrangeiro, como é o caso de “Rupofobia” e “Funeral à Chuva”. Nesse espírito pioneiro, o criador da Lobby Productions, empresa sedeada na Covilhã e que conta com diversos licenciados da UBI, está a delinear o primeiro filme português rodado com tecnologia 3D estereoscópica real. Martins começa por explicar que se trata “de facto do primeiro filme rodado com técnica de três dimensões”.
Já com o caderno de trabalhos delineado, Martins espera agora apoios financeiros para avançar mais rapidamente com a ideia. A grande novidade tecnológica, nesta produção nacional, passa por “ter um efeito tridimensional trabalhado logo na fase da captação de imagens”. Segundo o realizador “essa opção dá origem a um efeito 3D muito superior”. Para o responsável pela Lobby, esta tecnologia está agora a ganhar a sua verdadeira “forma”. Martins acredita que o efeito tridimensional representa, no caso do cinema, “uma evolução semelhante à implementação do som ou da cor”. O antigo aluno da UBI, apaixonado confesso pela 7ª arte, tem vindo a assistir “a todos os filmes que apresentam esta tecnologia” e acredita que está agora na sua fase maior. Ao início, “o 3D estava mais ligado a trabalhos onde os efeitos eram bastante ligados ao públicos e lhes provocassem sensações, os colocassem dentro do filme. Hoje isso já se alterou e todas as histórias se podem adaptar a esta tecnologia e aproveitar aquilo para que ela foi desenvolvida, proporcionar uma realidade diferente às pessoas”.
Este filme pretende também “ser uma mostra das verdadeiras potencialidades da tecnologia tridimensional”. Martins tem planeado o início das filmagens para 2012. O grande trabalho “e diferença do modo de filmar convencional, está em estúdio”. No caso do 3D “leva-se duas a três vezes mais tempo”, do que num filme convencional.
“Ground Zero”, esta nova produção da Lobby, contará a história do impacto de uma notícia. De repente “todas as pessoas ficam a saber que o mundo acabará num determinado dia e não há solução para tal”. As reacções que se seguem a esse anúncio, os conflitos sociais, económicos e culturais que advêm do facto de se saber que toda a Humanidade vai deixar de existir “é aquilo que se pretende mostrar nesta produção”. Esta longa-metragem “tensa, de contornos de suspense e de terror” será rodada em Portugal e noutros dois países. As imagens são capturadas, em simultâneo, por duas câmaras e trabalhadas depois n Lobby.
Recorde-se que a Lobby Productions, empresa criada em 2006 por antigos alunos da UBI desenvolve trabalhos como spots publicitários, videoclips, filmes institucionais e vários serviços de pós-produção, a empresa dedica-se também à produção de séries de televisão, curtas-metragens e longas-metragens.