Apesar do mundo empresarial ser bastante competitivo e a palavra de ordem ser “crise” nada impediu três jovens ligados à UBI de concorrerem a uma iniciativa de novas ideias, “Atreve-te 2010”. Este evento teve como objectivo premiar os melhores projectos do ensino superior, no âmbito do empreendedorismo, incentivar os estudantes universitários a criar ideias de negócio com vista a novas empresas e incrementar o espírito de iniciativa em diferentes áreas de actividade.
O projecto destes três estudantes começou há algum tempo, antes de saberem do concurso. Hugo Antonello, aluno de mestrado em marketing, estava a escrever a sua tese em marketing de guerrilha quando conheceu Rudolfo Quintas, assistente convidado do Departamento de Comunicação e Artes da UBI a leccionar no curso de Design Multimédia. E com a colaboração de Hugo Borges, ex-aluno da UBI, e de estudantes da licenciatura de Design Multimédia da UBI entraram na aventura de criar um projecto empresarial inovador.
“O nosso projecto consiste numa empresa de marketing de guerrilha, não convencional, que se diferencia através do uso de ambientes audiovisuais interactivos” explica Hugo Antonello. Gula - Guerrilha & Digital Marketing é uma empresa que une o marketing ao design multimédia interactivo e que surgiu das sinergias de três estudantes de áreas diferentes. Hugo Borges ligado à área financeira, Hugo Antonello relacionado com marketing e Rudolfo Quintas, responsável pela parte criativa foi a base para uma visão inovadora e diferente. Como refere o docente “passa tudo por estratégias em que o ponto forte é a criatividade e a intervenção de guerrilha”.
O objectivo desta equipa passa por “ultrapassar a imensa profusão de mensagens publicitárias através de um contacto próximo com o público-alvo e criar laços emocionais através da experimentação interactiva” conta Hugo Antonello. E através de conhecimentos de economia, marketing, ambientes audiovisuais e multimédia foi possível criar uma ideia com potencial.
O “Atreve-te 2010” para além de ajudar esta equipa com 10 mil euros foi fundamental para estabelecerem contactos e trocar ideias: “Esta iniciativa possibilitou conhecermos outros jovens empreendedores e em outras áreas, o que foi muito positivo” refere Rudolfo Quintas. E se “por um lado este tipo de concurso permite uma maior visibilidade, por outro lado dá mais consistência aos projectos” acrescenta, visto que o projecto passa por uma serie de júris que avaliam a viabilidade económica e empresarial.
Depois do segundo lugar conquistado, os próximos passos desta equipa passam por criar uma ligação forte com a UBI e conseguir o financiamento que precisam, mas já com o pensamento em concorrer ao WinUBI e ao Prémio Nacional das Indústrias Criativas.
No que diz respeito à criatividade dos ubianos Hugo Antonello defende que os alunos da UBI têm tido boas ideias ao longo dos anos: “Somos uma universidade pequena e periférica que tem o problema de não ter um tecido empresarial envolvente que nutra o empreendorismo. Creio que todos podem ter boas ideias, o problema especifico da UBI é a envolvência.”
Embora o panorama presente não seja o mais favorável, estes três jovens acreditam que as boas ideias vencem sempre e alertam para a necessidade de rumar em sentido oposto. “Apesar do contexto actual ser desmotivador considero ser fundamental rumar em sentido contrário, pois se dizem que estamos perante uma crise nós temos de desenvolver estratégias para sair dela” defende Rudolfo Quintas.
Hugo Antonello acrescenta que não vê a situação actual como prejudicial: “Nota-se um aumento de interesse pelo empreendorismo, mais concursos, mais participantes. Somos uma geração que descobriu que há alternativas ao desemprego e às condições precárias. Nas alturas de crise os mercados estão mais abertos a mudanças facilitando a entrada de ideias novas válidas e que tenham valor acrescentado.”