Defensor Moura esteve na UBI a convite dos cursos de Ciências da Comunicação e Ciências Políticas para mais um debate no âmbito das eleições presidenciais do próximo dia 23. Viajou desde a capital até à cidade serrana de comboio e foi também neste meio de transporte que regressou. Tudo para “sublinhar as potencialidades da nossa linha-férrea”, mas também “para constatar de perto as potencialidades destas zonas”.
O antigo presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo diz saber do que fala quando considera Portugal um país centralista. “A pressão do poder instalado em Lisboa não causa danos apenas nestas regiões mais no interior”. Tome-se o exemplo de Viana “e consegue-se ter uma cidade no litoral, mas que acaba por sofrer com o centralismo de Lisboa”. Combater este tipo de desigualdades está no projecto de candidatura de Defensor Moura. Candidato ao Palácio de Belém decidiu entrar na eleição “depois da candidatura de Manuel Alegre ter sido sequestrada pelo Bloco de Esquerda”. Para o antigo presidente de câmara, “existe uma grande parte do eleitorado que não partilha dos ideais do Bloco e por isso houve a necessidade de encontrar uma alternativa”.
Neste debate que decorreu no Anfiteatro da Parada, Defensor Moura lançou fortes críticas ao actual Presidente da República e também candidato. “Sei do que falo quando digo que Cavaco é desleal, são situações que passaram por mim, que as denunciei”. Segundo o antigo autarca, no Dia de Portugal em Viana do Castelo a câmara local teve de custear o aluguer de uma tenda “por 165 mil euros”. A estrutura que funcionou “cerca de hora e meia, foi montada no ano seguinte num concelho dirigido por um militante do PSD, mas aí as custas foram pagas pela Presidência da República”.
É com todas estas situações que Defensor Moura quer acabar. Para tal, “o principal magistrado do País deve dar o exemplo, deve ser uma pessoa justa e leal”. Exercer a legitimidade do cargo, a “magistratura de influência” é outra das ideias também avançadas pelo candidato. Um dos pontos aflorados durante o debate foi o da luta de Defensor Moura contra as touradas. O militante socialista exemplifica que “quando há um golfinho ferido na praia é levado para ser tratado por equipas de veterinários numa acção muito boa e dispendiosa, mas ali ao lado há uma praça de touros onde se fazem sofrer os animais para gáudio de alguns aficionados. Esta contradição só é possível por essa tal tolerância aos hábitos e ao que se considera tradição”.