As três auto-estradas localizadas no interior do País vão, em breve, ser pagas pelos utentes, de forma directa. A implementação de portagens nestas vias, cuja utilização era suportada pelo Estado, está a gerar uma forte contestação.
Diversos eventos, como buzinões, circulação em marcha lenta e recolhas de assinaturas foram já promovidos pela Comissão de Utentes Contra as Portagens. No final do ano, o balanço destas actividades foi feito com algumas reuniões abertas junto das populações da Covilhã e de Castelo Branco, no sentido de sensibilizar as pessoas para novas lutas.
Até ao momento já foram recolhidas cerca de cinco mil assinaturas num documento que visa mostrar aos responsáveis políticos o descontentamento da população, relativamente à medida. “É uma forma bem patente de sublinhar a injustiça que está a ser feita”, sublinham os membros da comissão. Na reunião aberta, que teve lugar no pavilhão da Associação Nacional dos Industriais dos Lanifícios (ANIL), marcaram presença utentes, membros da comissão e também representantes dos empresários locais. Contudo, os utilizadores destas vias que marcaram presença nos eventos mostraram opinião idêntica, a de que as portagens vão mesmo avançar. Daí que uma das soluções propostas passe pela redução de preços aos habitantes da região. Ainda assim, esse cenário acaba por dissipar-se quando comparado com a aplicação de portagens noutras SCUT. Os membros da comissão garantem que os condutores têm de levar a sua indignação, por esta medida governamental, avante e “contestar as portagens antes que estas sejam aplicadas”.
Neste âmbito, também as empresas da região vão sofrer com a implementação de portagens. A existência de portagens nestas vias “acabará por encarecer os produtos e os custos de produção nesta zona”, garantem alguns representantes. A questão ganha ainda maior relevo com o facto deste tipo de vias não terem alternativas. Caso não se queira viajar pela auto-estrada, apenas as vias secundárias servem como forma de ligar as localidades. A comissão espera agora avançar com mais uma campanha de recolha de assinaturas tendo também como objectivo o pedido de um debate na Assembleia da República.