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Matemática ajuda a ganhar prémio ao desporto
Eduardo Alves · quarta, 29 de dezembro de 2010 · @@y8Xxv A investigação de um docente do Departamento de Desporto da UBI tem num programa matemático uma grande base. Estudar o escoamento da água em torno de um nadador é um dos desafios do trabalho de Daniel Marinho. O docente foi agora distinguido com a melhor comunicação num congresso europeu. |
Daniel Marinho desenvolveu uma investigação sobre o comportamento dos fatos de natação |
21964 visitas Um dos mais importantes congresso de saúde no desporto recebeu centenas de comunicações de diversos pontos do planeta. Mas foi da UBI que partiu a melhor apresentação presente neste evento. Daniel Marinho, docente do Departamento de Desporto da UBI, foi a Londres apresentar as conclusões de um estudo que serviu de base à sua tese de doutoramento. A aplicação de um programa matemático à investigação do desempenho de um nadador valeu ao docente ubiano a melhor apresentação no “Sports Medicine Conference”. Este estudo pretende “simular e observar as características de escoamento de água em torno de um nadador”, começa por explicar o autor. Desta forma, Daniel Marinho acabou por recorrer a um programa matemático utilizado num vasto leque de áreas que vai das Engenharias à Medicina, e aplicou-o no desporto. Para este professor, mas também nadador, o programa que tem por base o comportamento de fluidos mostrou-se a melhor ferramenta para estudar as alterações provocadas por fatos especiais de natação. Marinho recorda que foram impostas regras severas para limitar o uso dos trajes tecnológicos de fibras não-têxteis pela Federação Internacional de Natação na sequência dos novos recordes alcançados nas últimas edições dos jogos olímpicos e dos mundiais de natação. Um facto que “veio a constituir mais um argumento para este projecto do Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano (CIDESD), da UTAD, que Daniel Marinho integra, e no qual participa também um consórcio de instituições de ensino europeias e o Departamento de Desporto da UBI. A utilização do programa é feita para “simular computacionalmente o comportamento do nadador usando diferentes fatos – e sem o fato especial, de acordo com as novas regras – para ver de que forma a diminuição do volume corporal influencia a diminuição dessa força de arrasto que se opõe ao deslocamento”, explica Daniel Marinho. O trabalho desenvolvido pelo docente pretende estabelecer um modelo matemático “que determine o melhor balanço entre estas forças opostas e apurar como é que o nadador pode aumentar a força propulsiva sem aumentar a força que se opõe ao deslocamento – ou até, se possível, diminuí-la”. Para já, os resultados alcançados começam a ser passados aos treinadores desta modalidade, mas também “ao nossos alunos”. Um dos pontos mais importantes neste tipo de investigação que combina diferente áreas de conhecimento “é também a passagem de novos conhecimentos e novas formas de treino aos alunos”. Desta forma, a preparação dos futuros profissionais acaba por ser feita num maior número de áreas. Para além de novas técnicas de treino, orientadas para os melhores resultados, este tipo de estudo tem uma vasta aplicação. Neste momento, o docente da UBI confessa que estão já a ser desenvolvidos trabalhos para compreender e melhorar o rendimento dos barcos e remos de competição. |