Os resultados do primeiro ano de actividades do Instituto Coordenador de Investigação não podiam ser melhores. Depois do UBIMedical, um dos mais importantes projectos nacionais na área da saúde ter tido luz verde, os responsáveis pela academia volta agora a conseguir mais dois milhões de euros para equipamentos científicos.
João Queiroz, reitor da Universidade da Beira Interior, começa por sublinhar que esta área “era uma das apostas referidas quando apresentei a minha candidatura ao cargo de reitor”. Depois de vários meses de trabalho, de diversas candidaturas e sobretudo, de uma grande capacidade de mobilização regional, “o UBIMedical veio mesmo para a região e está a ser liderado por quem o propôs, a UBI”. Só para esta grande projecto integrado no Inovida, a Instituto Coordenador da Investigação (ICI), organismo criado pela actual equipa reitoral, a academia conseguiu já mais de 11 milhões de euros. Esta semana, Ana Paula Duarte, vice-reitora da UBI e principal responsável pelo ICI trouxe de Coimbra a notícia de que a universidade tinha conseguido mais dois milhões de euros.
Verbas que dizem respeito à aprovação de cinco projectos de investigação que vão ser aplicadas em unidades científico-tecnológicas com o intuito de as tornar mais competitivas a nível nacional e internacional. O financiamento foi atribuído no âmbito do Programa Mais Centro do QREN e formalizado na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, em Coimbra, pela vice-reitora. Os cinco projectos aprovados da UBI abrangem, essencialmente as áreas da Química, Biotecnologia, Têxtil e Saúde, e servem para consolidar a posição da academia e dos seus recursos humanos nestas áreas de investigação de qualidade.
O reitor da universidade faz questão de sublinhar a importância destas medidas que “para além do desenvolvimento e consolidação da universidade, através do aumento da produção científica e da sua qualidade”, este financiamento “contribuirá para a afirmação como centro de excelência internacional nos domínios referidos, potenciando o estabelecimento de parcerias com instituições de ensino superior e investigação de referência a nível internacional e da promoção de joint appointments entre a Universidade e empresas”, diz João Queiroz.
Ana Paula Duarte explica que a UBI vai mesmo criar um novo laboratório. Trata-se de uma estrutura de investigação que reunirá equipamentos de topo e será uma referência nacional. O novo Laboratório de Microscopia vai ficar localizado na Faculdade de Ciências da Saúde, até porque, “alguns destes equipamentos estão também à disposição das equipas dos hospitais articulados com a Faculdade de Ciências da Saúde, esperando-se um efeito positivo no aumento da investigação médica e dos cuidados de saúde, essencialmente ao nível do diagnóstico”. Esta estrutura científica, orçada em cerca de 800 mil euros conta com um microscópio de transmissão e outro de varrimento. “Não é uma estrutura muito usual dado ao seu custo como ao seu próprio funcionamento específico”, esclarece a vice-reitora responsável pela investigação. As investigações baseadas em microscopia electrónica permitem, entre outras áreas, a caracterização morfológica, física e química (micro estrutural e micro analítica) de amostras biológicas.
A principal responsável pelo ICI recorda que “o Ubimedical foi uma das maiores conquistas desta equipa reitoral, um projecto de extrema complexidade que tem agora seguimento nestas verbas que são mais um impulso para a nossa investigação”.
Com estes novos equipamentos científicos, para além de actividades de investigação será ainda possível apostar no reforço das parcerias com as empresas, nomeadamente no tratamento de resíduos agro-industriais, estudando as potencialidades para o seu reaproveitamento económico; desenvolvimento de têxteis médicos e estudos na área dos efeitos terapêuticos do termalismo.