O primeiro romance de João Morgado foi apresentado por Manuel da Silva Ramos no café Goldra, na passada sexta-feira, dia 3 de Dezembro, pelas 22 horas. Num ambiente acolhedor foi possível o autor contar a história do seu romance e falar da sua nova faceta de escritor. Um romance, editado pela Oficina do Livro, apresenta a história de quatro casais, oito personagens, que falam na primeira pessoa, como um diário. O tema principal gira em torna do amor, do desejo, da infidelidade dos casais e da frustração dos casais portugueses.
Um romance que reflecte sobre as dificuldades de quatro casais, onde o amor e o desejo são perdidos, “não por aquilo que se diz, mas por aquilo que fica por dizer” destaca João Morgado. Para o escritor esta obra “é um livro de reflexões sobre a vida, cada página é um conto de uma parte da vida, numa escrita intimista onde reúne muitos pensamentos concentrados”, conta João Morgado.
“Diário dos infiéis”, é uma crítica à sociedade portuguesa que já vendeu dois mil exemplares, uma obra que segundo o escritor Manuel da Silva “é um livro fantástico para primeira obra de um escritor. É um romance moderno e livre, que honra a cidade da Covilhã”. Manuel da Silva Ramos, que escreveu o prefácio do livro, assume que “o prazer e o desejo são palavras correntes e que vão além de toda essa herança cristã em que os portugueses estão imbuídos”.
João Morgado levanta um pouco do mistério do seu livro ao afirmar que todos os casais, apesar das diferentes dificuldades, chegam à mesma conclusão: que todos foram infiéis, uns por actos, outros por pensamentos e alguns por palavras e omissões. Mas o escritor revela que a maior infidelidade de todas é “a infidelidade a si próprio, aos seus sentimentos, aos seus sonhos, à sua vida e à sua felicidade”.
Apesar das personagens do romance serem de ficção, João Morgado diz ser normal o leitor reconhecer-se em alguma delas, pois são personagens comuns, não há heróis nem vilões, todos os personagens são bons e maus ao mesmo tempo: “Todos têm virtudes e defeitos, no fundo como todos nós“ acrescenta o escritor. Para ele, “Diário dos infiéis” funciona como um espelho, pois aborda temas muito reais da actualidade onde os próprios leitores se revêem.
João Morgado espera que o leitor ao chegar ao fim do livro se questione sobre as suas acções e palavras, “é necessário que depois disto o leitor vá à procura de respostas para a sua vida e para os seus relacionamentos e possam eventualmente mudar as suas atitudes” desabafa o escritor.
A maior rede social do mundo, o Facebook, também teve um papel importante no romance “Diário dos infiéis”, principalmente na interacção do escritor com o público. “Antigamente quando se lia um livro os autores eram tão distantes quanto as personagens, agora enquanto vou escrevendo um livro é muito produtivo poder partilhar ideias e conversas com as pessoas sobre os seus sentimentos” conta João Morgado. Sobre o próximo livro a autor adianta que já está a ser escrito e segue o mesmo estilo do primeiro.