A manhã da passada quinta-feira, 2 de Dezembro, foi difícil para quem utilizou a Auto-Estrada A23 junto à Guarda. Na sequência do frio e queda de neve que se registou ao longo de toda a semana, a formação de gelo na via veio dificultar ainda mais a vida aos condutores. Como consequência, no espaço de uma hora registaram-se três acidentes, todos eles sem feridos a registar.
Pouco passava das oito da manhã quando um ligeiro de mercadorias ficou atravessado no sentido Castelo Branco-Guarda, perto da saída para Guarda-Sul/Sabugal. A fila de trânsito começou rapidamente a formar-se, pois na via direita encontrava-se o veículo acidentado e a via esquerda estava intransitável devido à espessa camada de gelo que a cobria. Poucos minutos depois, entre os túneis do Barracão e da Ramela, ocorreram as situações mais complicadas de resolver. No sentido Guarda-Castelo Branco um pesado acabou por ceder aos perigos do gelo e ocupou as duas faixas da auto-estrada durante largos minutos, congestionando o cada vez maior fluxo de trânsito que se registava. Praticamente na mesma zona, mas no sentido contrário, o condutor de outro pesado tinha também perdido o controlo do camião e embatido no separador central, causando transtornos para quem circulava em ambos os sentidos.
“São dois camiões que se despistaram ali à frente e ficaram em tesoura”, anunciava um dos muitos automobilistas presos no trânsito. Alguns condutores, sem perceberem a situação, tentavam a sua sorte pela faixa da esquerda, sem sucesso e congestionando mais a via, quando se esperava a qualquer momento pela chegada da Unidade Nacional de Trânsito (UNT), do limpa-neves e do carro de reboque. “Vá até ali à frente que há lá lugar para si”, eram as ordens de um militar da Guarda Nacional Republicana (GNR) que tentava assim desocupar a faixa esquerda para o limpa-neves poder passar e deitar sal na estrada. Os ponteiros indicavam oito e meia da manhã mas, segundo o responsável máximo da Protecção Civil da Guarda, Eduardo Matas, as dificuldades de circulação devido à formação de gelo já eram conhecidas desde as seis e meia desse mesmo dia.
Passado cerca de 40 minutos de os acidentes sucederem, a circulação foi reestabelecida no sentido Guarda-Castelo Branco. Já no sentido contrário foi preciso esperar quase mais uma hora para tal acontecer, algo que fez as filas de trânsito atingirem os vários quilómetros de extensão.