Na Semana da Cultura Científica a UBI distinguiu seis investigadores pelos trabalhos que estes realizaram nos últimos três anos. A entrega dos prémios Santander, patrocinador desta distinção, contou com a presença de Manuel Heitor, secretário de Estado do Ensino Superior.
Foi perante o representante governamental e um Anfiteatro das Sessões Solenes completo por membros da comunidade académica que João Queiroz, reitor da UBI, falou sobre estes prémios. O responsável máximo pela instituição covilhanense recorda que a atribuição destas distinções serve, acima de tudo, para mostrar a política de incentivo à investigação que está a ser criada na academia. Queiroz lembrou que uma das suas prioridades para a UBI passa precisamente “por criar um ambiente propício à investigação”. No primeiro ano de mandato, um dos principais sinais de todo um trabalho de fundo nesta área, são estes prémios. Distinções que “representam a capacidade dos recursos da UBI e todo o trabalho que aqui é feito”.
No que respeita à recente publicação do Regulamento de Avaliação de Desempenho dos Docentes, na UBI, Queiroz explica que este documento “conta com quatro grandes componentes de investigação, ensino, transferência de conhecimento e cargos de gestão. Mas tem também uma forma muito indicativa daquilo que é a investigação dos docentes”. Uma posição estratégica da academia que tem como objectivo “o incentivo ao trabalho nesta área”. A qualidade dos projectos que são realizados na Covilhã permite cada vez mais “estabelecer redes nacionais e internacionais”, lembra o reitor. Nos objectivos específicos de João Queiroz, para a academia, destaque para o “aumento da produção científica, definição de prioridades de investigação, promoção e aumento de massa crítica nas unidades de investigação, fomento de parcerias de investigação e estímulos para a procura de financiamento”.
Trabalhos que estão a ser desenvolvidos pelo Instituto Coordenador da Investigação (ICI), presidido por Ana Paula Duarte. A vice-reitora da academia, na sua intervenção, lembrou que “a reitoria está consciente do longo caminho que ainda há a percorrer”, nesta área. Não obstante, “no curto espaço de tempo que estamos a liderar a instituição, assistimos já a alguns passos positivos, como um aumento absoluto do número de publicações científicas indexadas, o qual evidencia uma taxa de crescimento no último ano, sendo ainda insuficiente para encetar uma dinâmica de convergência”. A responsável pelo ICI sublinha que este esforço tem também tido repercussão no número médio de publicações.
“A constituição de duas das nossas unidades de investigação como pólos de laboratórios associados e a existência de núcleos de centros com múltiplas afiliações são sinais de que estamos activamente ligados a redes de investigação”, exemplifica. Um trabalho que continuará a ser apoiado e se espera, dinamizado pelas restantes unidades.
Na entrega de prémios a investigadores das cinco faculdades, Ana Paula Duarte fez alusão “à implementação de um mecanismo de incentivos científicos para as Faculdades que cada uma aplica nas suas estratégias. Fundos gastos na aquisição de equipamentos, até ao financiamento de bolsas de curta duração, procurando estas capacitar investigadores a concorrer a bolsas da FCT ou bolsas internacionais”. Ana Paula Duarte lembrou o apreço e reconhecimento da UBI ao Santander, “por toda a parceria nesta actividade e noutras desenvolvidas na instituição”.
Já Manuel Heitor começou por fazer um ponto de situação da UBI no centro do País. O secretário de Estado aponta a universidade como um “caso exemplar” de desenvolvimento regional, de apoio a esta área geográfica e de motor científico e tecnológico da zona centro. Para a além da actividade académica “a UBI promove um espectro de outras actividades e isso espelha-se em toda a região”.
Na entrega de prémios científicos, Heitor focou esta temática. O secretário de Estado lembra que “não pode haver expressão mais elevada do que é a valorização da ciência numa sessão de entrega de prémios”. Por isso mesmo “esta cultura de mérito científico deve ser implementada e amplificada”. No entender do representante governamental, o processo e a cultura de avaliação tem de se tornar um hábito diário e “passa por uma aferição pelos pares, pelos alunos, pelos mestres e merece ser sublinhado por prémios como este”.
Na intervenção durante este evento, o secretário de Estado fez uma análise do mapa nacional da investigação. Actualmente Portugal tem cerca de oito investigadores por cada mil habitantes. Contudo, só na região de Lisboa concentram-se cerca de 50 por cento destes desenvolvem os seus trabalhos na zona da capital. Um facto que torna “ainda mais relevante tudo o que se desenvolve nesta academia do centro do País”.
Em 2009 a ciência contou com 2800 milhões de euros, “mais do dobro do que foi gasto em 2005”. Hoje contabilizam-se 105 mil pessoas envolvidas directamente em projectos de investigação. Por isso mesmo “a ciência é um valor sério, não apenas para a formação superior, mas também para a cultura. Em épocas de particular restrição orçamental é ainda mais importante para a comunidade científica mostrar os resultados da sua actividade”. Uma importância exemplificada com os resultados das cem empresas que mais investem em investigação. “Sabemos que o crescimento das suas exportações foi oito vezes superior ao das restantes empresas”, sublinha Heitor.