“Leva a mão que eu levo o braço” é um espectáculo que está integrado no 1º Andar - mostra de criadores emergentes 2010, uma organização da Quarta Parede.
Num lugar que pode ser fronteira, duas pessoas partilham um meio que parece apontar para um destino acertado. Este é o enredeo de uma peça que, embora seja uma dança/performance, transmite também muitas emoções e sensações. Para Elisabete e Teresa, que dão vida a este trabalho, a peça não tem nenhuma mensagem em específico “mais do que ter uma mensagem, é mais um apelo para as pessoas virem ao teatro sentirem coisas”. O provérbio português “dá-se a mão e quer-se logo o braço” inspirou as autoras da dança/performance "leva o mão que eu levo o braço".
“É um jogo de substituição, de estarmos a imitar uma a outra, uma questão de estar no lugar uma da outra, jogo entre dois opostos que se tocam, um querer ajudar, magoar, levar um jogo de entre ajuda: uma leva a mão e a outra o braço”, esclareceu Francisca, a criadora, que é também uma das protagonistas da peça. Os actos violentos colocam em diálogo a realidade e a artificialidade das situações, levando a cenários absurdo-irónicos. No final do espectáculo seguiu-se uma conversa entre os criadores e os espectadores. Para quem se deslocou à Rua da Trapa foram 40 minutos cheios de emoção e muitas gargalhadas. “Achei interessante, principalmente o conceito de degradação da própria vida, que foi a mensagem que se tentou transmitir na peça, que nada é substituível, ou seja, só temos uma oportunidade para aproveitar ao máximo, foi isso que retirei da demonstração da performance”, disse Maria Rodrigues.