O Teatro Cine da Covilhã recebeu, no dia 12 de Novembro, José António Pinho para o lançamento do seu primeiro livro “A Estátua - a tortura preferida da PIDE”.
Com uma plateia cheia, a apresentação foi iniciada por uma actuação da banda “Lua Nova”, seguida pela congratulação ao autor por parte dos seus acompanhantes, o vereador da Cultura da Câmara Municipal da Covilhã, Paulo Rosa, Graça Sardinha, docente do Departamento de Letras da UBI e vereadora da autarquia serrana, o escritor Manuel da Silva Ramos e o editor da obra.
A apresentação do livro foi realizada por Manuel da Silva Ramos, que leu uma síntese do mesmo, expondo situações da época do Estado Novo e as experiências vivenciadas por José António Pinho, o “Tó Zé”, incluindo as torturas lhe foram realizadas pela PIDE. Apesar de retratar uma época passada da vida do autor, este optou por escrever um romance baseado em factos reais, pois achou que seria mais atractivo para os leitores.
Ao escrever a sua obra, José Pinho pretende “prestar uma homenagem a todos aqueles que sem nome, sem rosto, sofreram nestes dias e nestes anos que passaram até que, felizmente, surgiu o 25 de Abril de 1974”. Manuel da Silva Ramos salientou o facto do livro ser “uma espantosa lição de humanismo”, e afirma ainda que “este livro, que se lê maravilhosamente bem, tem a força do vivido, apesar do seu conteúdo sofrido”. "Quero ainda frisar uma outra qualidade deste livro. Como verdadeiro escritor, José António diz-nos que não é escritor nem o deseja ser. Ele, este livro, nunca derrapa psicologicamente”, continua.
Escrever foi a forma que o autor encontrou para apaziguar a solidão e a tristeza que a morte de sua esposa lhe trouxe. O segundo livro já está pronto, é uma continuação do primeiro, desenrolando-se a narrativa no Forte de Peniche e no Forte de Caxias, e o terceiro está a ser escrito e irá tratar-se do regresso de José António à Covilhã e a sua entrada para a tropa.