O II Congresso Internacional Relações Culturais entre Portugal e África, intitulado mitos e realidades vivenciais e artísticas contou com uma exposição de pintura de Malangatana, um dos pintores mais conhecidos de África, e a celebrar 50 anos de carreira. A sua colecção particular de pintura Mitos e Ritos está patente ao público até dia 27 de Novembro, no Museu de Lanifícios da UBI.
A colecção particular de Malangatana divide-se em duas fases, na primeira (1971) as pinturas caracterizam-se "pela presença exagerada de monstros e muitos olhos, e a partir do ano 2000 ele exprime nas telas os seus medos, vivências e sonhos". O trabalho de Malangatana está pela primeira vez em exposição na Covilhã e segundo Elisa Pinheiro, directora do museu, “é um privilégio acolher esta mostra” nas suas instalações.
O evento contou também com a presença de nomes como Manuel Santos Lima, Sofia Xavier Luis, Inocência Mata, Francisco Noa, Julião Soares, Alexandre Luis, Leão Lopes, Olinda Beja, Manuel Mwanza, Domingos Nzau, José Henrique Manso, Luis Filipe Madeira, Maria da Graça Sardinha, Regina Guimarães e Saguenail, Frenando Palouro, Cristina Vieira e Pires Laranjeira, que abordaram, em conferências diversificadas, temas relacionados com a literatura e a realidade luso-africana, por vezes com base em obras literárias e cinematográficas.
O Congresso teve como objectivo “conciliar o trabalho realizado em 2008, e aprofundar o conhecimento da realidade africana lusófona entre os alunos, a comunidade e o público em geral”, esclarece Cristina Vieira, uma das organizadoras do evento. A professora salienta que embora “haja uma língua e um passado histórico comum que unem Portugal e África, a realidade cultural africana é um desconhecimento permanente”. A exposição de Malangatana "é apenas uma amostra daquilo que é feito em África e que não é do conhecimento da maioria dos portugueses".