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República ou Monarquia?
Ana Pereira · quarta, 3 de novembro de 2010 · A Câmara Municipal da Covilhã organizou mais uma Troca de palavras com . Na passada quinta-feira, os oradores convidados foram Nuno da Câmara Pereira e Luís Mateus |
Nuno da Câmara Pereira e Luís de Mateus |
21976 visitas É a sétima vez este ano que a Câmara Municipal da Covilhã, em conjunto com a Biblioteca Municipal, organiza o evento “Troca de palavras com…”. A tertúlia cultural contou desta vez com a presença do fadista Nuno da Câmara Pereira e o arquitecto Luís Mateus. Luís Mateus, presidente da Associação República e Laicidade, deu início ao encontro defendendo que “a diferença entre a República e a Monarquia não é o Rei, mas a forma moderna de estar na vida a partir do século XVIII”. O arquitecto começou por definir a República em três ideias fundamentais: em progresso, onde a felicidade é uma verdade indiscutível onde o governo depende da vontade do Homem, assim como, o interesse comum que deve prevalecer sempre ao interesse privado, e em cidadania, onde numa mesma sociedade vivem pessoas com opiniões diferentes. O que distancia a República da Monarquia «não é a questão da representação do Estado, pois consegue-se imaginar uma sociedade que viva com o poder legislativo, poder executivo e poder judicial», o convidado diz ainda que “o presidente é uma espécie de pai do povo, de Rei, que dispensaria”. A favor da Monarquia o orador convidado foi Nuno da Câmara Pereira. O conhecido fadista começou a sua intervenção por exprimir que não se deve falar apenas politicamente, pois tanto a República como a Monarquia “têm uma filosofia pura”. «Quando se fala numa crise mundial é uma crise de valores, a falta de respeito uns com os outros» afirma o convidado, defendendo que é «um problema que não é a República nem a Monarquia a resolver mas sim os homens». Nuno da Câmara Pereira questiona o porquê de não existir um responsável sem voto, que não esteja vendido ao poder económico, e lembra que os dez melhores Estados são Monárquicos. «Devemos acabar com o complexo da Monarquia absoluta da ditadura», afirma, pois o rei «é alguém que faz a conexão entre o passado e o presente» citando Sócrates na obra “A República” de Platão, “eu aprecio conversar com os velhos, penso que devemos aprender com eles, pois são pessoas que nos antecederam num caminho que também iremos trilhar”. «O Homem não é o dono do universo, mas sim o centro, o importante é a sua valorização», Nuno da Câmara Pereira adianta ainda que «a República gasta mais do que a Monarquia», por isso não tem dúvida que o «futuro é da Monarquia, e o melhor exemplo é o sucesso das dez Monarquias da Europa», claro está uma Monarquia representativa, onde o Rei seria eleito pelas cortes. O orador conclui dizendo que não é contra a República. |
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