Os membros da AMCB baseiam-se no facto do Plano Rodoviário Nacional considerar a A23 e a A25, eixos estruturantes da rede rodoviária portuguesa, para reivindicar uma discriminação positiva no interior do País. Segundo o mesmo plano, estas vias “devem ser exploradas em regime de estradas sem custos para o utilizador”.
Com a decisão do Governo aplicar portagens nestes troços que se afiguram como “principais vias da exportação, circulação de produtos e mercadorias”, o cenário de crise e de dificuldades desta região do País “Irá acentuar-se”. Pelo que, os membros da associação de município, decidiram juntar-se às várias entidades que pedem a isenção de portagens nestas auto-estradas. Na última assembleia geral, os municípios com presença nesta associação votaram positivamente um manifesto contra o pagamento de utilização das auto-estradas. O documento que será agora enviado ao Presidente da República, à Assembleia da República, ao Governo, às Câmaras e Assembleias Municipais dos Distritos de Castelo Branco e da Guarda, aos Governos Civis de Castelo Branco e da Guarda, à Associação Nacional de Municípios Portugueses e à Associação Nacional de Freguesias defende uma total gratuitidade na utilização da A-23 e da A-25.
Para além deste território contar com produtos petrolíferos mais elevados, “com a ausência de investimentos públicos centrais”, estas auto-estradas não têm verdadeiras alternativas de circulação em vias nacionais, “indo provocar enormes custos de conservação aos municípios que entretanto se vêem com a responsabilidade de manutenção dos troços locais das estradas nacionais”, aponta o documento enviado à Comunicação Social pela AMCB.
A associação que reúne os vários municípios da Cova da Beira defende políticas de fixação de empresas no Interior. E não medidas que “obrigam as firmas que estão neste território a terem ónus acrescido, em relação às portagens”, condição que “certamente as levará à bancarrota por impossibilidade em competir com outras”. Com esta escolha, os municípios da Cova da Beira alertam para o perigo da deslocalização de empresas e da fixação de novos projectos nas regiões litorais. Ponto bastante vincado no documento que segue agora para os principais responsáveis políticos do País é precisamente o da competitividade de todos os intervenientes geradores de serviços e riqueza locais e regionais. Juntando-se também o decréscimo das condições de mobilidade sustentada.