Contra as Portagens nas Auto-Estradas A25, A23 e A24. Assim se intitula a comissão de utentes que na passada semana promoveu uma acção de protesto contra as portagens nestas vias.
Cerca de 50 veículos saíram do Parque Industrial do Canhoso, rumo a Castelo Branco. Pelo meio, a passagem em algumas ruas da “cidade neve” e também na cidade do Fundão. As buzinas fizeram-se ouvir um pouco por todo o País, e a região centro não foi excepção, até porque é atravessada por três vias que até aqui não representavam um custo directo para os seus utilizadores. O grupo que começou por ganhar forma na Covilhã, composto por pessoas da cidade, mas também por automobilistas que vieram da Guarda e de Belmonte, terminou a sua acção de protesto junto ao Governo Civil de Castelo Branco.
Uma forma de “lembrar os actuais responsáveis pelo governo do País das suas posições contra a introdução de portagens nas auto-estradas A25, A24 e A23 nas últimas duas campanhas eleitorais”. Para os membros desta comissão, “a introdução de portagens nestas vias agravaria os dramáticos indicadores sócio-económicos desta zona do País e seria profundamente prejudicial e injusta para a economia e as populações, nomeadamente dos distritos de Viseu, Guarda, Castelo Branco e Aveiro”. Outro dos pontos vincados pelos promotores da acção é o da falta de alternativas. Com o pagamento obrigatório da utilização destas vias, as populações “ficam sem outros itinerários que as liguem a Lisboa ou Porto”. Uma situação que ganha maiores contornos no caso da A25, “uma das principais vias de escoamento terrestre de produtos e mercadorias produzidas no País”. Para os membros da comissão de utentes, “o pagamento de portagens provocaria um aumento do custo de vida, criaria mais dificuldades às empresas e agravaria a situação económica e social do País e desta vasta região”. A criação de portagens, nestas vias, “não contribui para combater a interioridade e a desertificação que hoje afectam estes distritos do interior”, referem também. Segundo os indicadores nacionais, as regiões servidas por estas auto-estradas têm um PIB per capita abaixo dos 75 por cento utilizado pela União Europeia para identificar regiões desfavorecidas. Daí que a aplicação de portagens não seja uma medida justa, para os membros da comissão. Esta acção é uma das muitas formas de mostrar a posição contrária às portagens e deve voltar a repetir-se durante os próximos tempos.