No próximo dia 27 de Setembro é assinalado o Dia Mundial do Turismo. Um sector que ganha cada vez mais importância no panorama económico europeu. Portugal tem no turismo uma das suas principais fontes de emprego e receitas. O que muitos dos portugueses não sabem é que “o primeiro produto turístico português foram as termas”. As palavras são de Teresa Vieira, presidente da Associação Portuguesa de Termas, que foi uma das individualidades convidadas a participar no quarto fim-de-semana técnico e termal. Um evento que decorreu por toda a região Centro e que foi promovido pela Universidade da Beira Interior e pela Associação Portuguesa de Recursos Hídricos (APRH).
Muitas foram as individualidades presentes neste evento, onde se debateu o papel das termas da região, a sua oferta e importância para a comunidade local e o seu futuro. Mas um espaço aproveitado também para sublinhar o “crucial papel que tem vindo a ser desempenhado pela Universidade da Beira Interior, sobretudo no apoio e promoção de diversas formações e actividades relacionadas com o termalismo”, avança José Manuel Marques, presidente da APRH. Debater as potencialidades da água termal e as suas múltiplas utilizações foi o motivo principal que juntou cerca de 50 especialistas da área. Para além de promoverem diversos seminários técnicos visitaram também localidades e balneários termais, como foi o caso de Manteigas, Almeida, Sabugal e Unhais da Serra. Oportunidade para constatar o esforço feito por diversas autarquias ou entidades privadas na recuperação ou criação de balneários termais.
Com a rede de estruturas termais “de alta qualidade” que está a ser criada quer na região, mas também em diversos pontos de Portugal “estamos a assistir a uma mudança de mentalidade em relação a este sector. Hoje as termas e o termalismo já não são conceitos ligados a maleitas e aos mais idosos, mas passaram a estar associados ao turismo e bem-estar”, explica Teresa Vieira.
Esta alteração levou a que um forte investimento tenha sido feito na região. Unhais da Serra, Almeida, Meda, são alguns dos locais onde foram retomados os balneários termais, apoiados em novos conceitos. António Ribeiro, autarca de Almeida, foi um dos intervenientes no debate promovido pela UBI, naquela localidade raiana. “As termas representam uma vertente económica de extrema importância para a nossa zona”. Com a reestruturação do balneário veio também uma forte aposta “em toda a envolvente, como a localidade histórica e não só”. Um exemplo de “uma aposta ganha”, garante António Ribeiro.
A ouvir as palavras do autarca esteve Fernando Borges, presidente do Instituto Nacional da Água (INA). Um dos organismos que tutela esta área foi representado ao mais alto nível. O responsável deslocou-se até à Beira Interior para “elogiar abertamente o papel da UBI”. Para Borges, a aposta no termalismo “é o caminho a seguir para muitas regiões”. Mas o responsável do INA desafiou a academia covilhanense a continuar “todo um trabalho de fundo” que tem vindo a ser realizado, nomeadamente ao nível da formação de técnicos especializados.
Quer João Queiroz, reitor da UBI, quer Victor Cavaleiro, vice-reitor da instituição mostraram sinais de que a academia vai voltar a apoiar diversas formações na área. Para além da pós-graduação em termalismo que poderá vir a ser retomada existem já outros cursos relacionados com esta área que se perspectivam. Para Cavaleiro, “as termas estão bem e são de recomendar”, mas para além de todas as potencialidades oferecidas por estas estruturas “há que formar recursos humanos qualificados para responder às necessidades dos utilizadores”. Uma responsabilidade que tem vindo a ser assumida pela academia covilhanense e que irá continuar.