Albertino Marques, responsável pela Adega Cooperativa do Fundão confirma ao Urbi os bons resultados que estão a conseguir este ano. Na estrutura que dirige foram já processados um milhão e 700 mil quilos de uvas “de excelente qualidade”.
Na Cooperativa do Fundão, por estes dias, entram uvas vindas de Penamacor, Idanha, Vila Velha de Ródão, Fundão e Castelo Branco. Pelas contas do principal responsável, este ano vão chegar àquela adega cerca de três milhões e 500 mil quilos. Uma estimativa que pode ainda melhorar “caso se mantenham as condições que se têm registado, nomeadamente, o clima sem chuva e algum sol a ajudar na boa maturação”. Este ano, a Adega Cooperativa do Fundão volta a ter motivos “para fazer bons planos”. Para Albertino Marques, a qualidade do produto que sai da adega daquela cidade “tem vindo a ser reconhecida por diversos concursos e especialistas”. Este ano, “tudo aponta para que essa mesma qualidade se mantenha e a quantidade aumente”. Qualidade é, aliás, um aspecto que o responsável pela adega gosta de sublinhar. Os vinhos do Fundão “alcançaram um patamar elevado que tem de ser mantido para bem de todos”, acrescenta. Para além de uma boa selecção de uvas e de tecnologias aplicadas à produção do vinho “temos nesta região algumas das melhores uvas do País” atesta Albertino Marques. O responsável pela cooperativa fundanense explica que “em termos de tratamentos fitossanitários, as uvas da Beira Interior são as que menos caldas necessitam, o que se reflecte no sabor e na qualidade do vinho”.
Mas nem tudo parece ser como esta qualidade. No que respeita à venda do produto final, o preço pago pelo vinho “quase não cobre o seus custos de produção”. Albertino Marques baseia-se nos muitos anos que leva já na gestão da cooperativa para dar “um exemplo claro”. O presidente daquela estrutura recorda que “há dez anos já se pagava um garrafão de vinho a cerca de seis euros, hoje se este for para o mercado a quatro euros não tem saída”, sublinha. Um cenário interno que está a obrigar a adega a alargar horizontes. Europa e África, sobretudo Angola e Guiné, são já destinos comerciais para os vinhos do Fundão. A próxima aposta passa “pelo Brasil”.
Na Covilhã o cenário parece ser idêntico. A cooperativa da “cidade neve” está desde a passada segunda-feira, a receber uvas para laborar. Matos Soares, presidente daquela cooperativa, garante que este ano “estão a chegar uvas de qualidade”. No que diz respeito à quantidade, o responsável não quer avançar números. Depois de uma larga margem dos associados não ter recebido qualquer verba relativamente à entrega das uvas, “não sabemos quantos vão entregar este ano, mas esperamos que muitos” refere.
A grande novidade, este ano, na Adega da Covilhã é outro vinho kosher. Este ano, “a presença do rabino na comunidade de Belmonte permitiu-nos voltar a apostar neste produto”, sublinha Matos Soares. O mesmo adianta que o vinho kosher produzido na Covilhã tem sido exportado quase na sua totalidade.